Dólar volta a cair por cenário fora e otimismo com reforma
Tendência a fim de guerra comercial derruba câmbio
O dólar teve dois momentos distintos na segunda-feira (14), ao subir pela manhã, quando bateu em R$ 3,73, e cair à tarde, quando chegou a R$ 3,68. O temor de desaceleração da China, após dados da balança comercial mais fracos do que o esperado, ajudou a fortalecer a moeda na economia mundial. Pela tarde, as declarações de Donald Trump, de que um acordo comercial com Pequim é possível, ajudaram a retirar a pressão no câmbio e a divisa bateu mínimas perante moedas como o peso mexicano e o rand da África do Sul. No final da sessão, o dólar à vista fechou em baixa de 0,33%, a R$ 3,7011. Ainda, o mercado doméstico segue otimista com o avanço da reforma da Previdência.
Bovespa tem novo recorde e se descola do exterior
A bolsa brasileira furou a resistência dos 94 mil pontos e se manteve até o fechamento do pregão, evidenciando um descolamento de pares no exterior, que operaram o dia em queda. O Ibovespa encerrou a sessão em nova máxima histórica, aos 94.474,13 pontos, em alta de 0,87% e giro financeiro de R$ 13,7 bilhões. Pela percepção de analistas, o mercado acionário doméstico ainda é muito pautado pelas expectativas positivas, principalmente em relação à reforma da Previdência e à movimentação do novo governo. A novidade foi a reunião do secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, com os especialistas que vão integrar o conselho consultivo para mudanças nas regras.
Bloco financeiro e Sabesp garantem desempenho
Durante o pregão, o Ibovespa foi sustentado pelo desempenho de ações do bloco financeiro, que, encerraram nas máximas. Itaú Unibanco PN subiu 0,74%, a R$ 37,88, Bradesco PN avançou 1,18%, a R$ 41,99, e Banco do Brasil ON ganhou 2,32%, a R$ 49,83. Também influenciaram positivamente as ações da Sabesp ON (5,34%) e de outras empresas estatais diante das perspectivas de privatização. Aliado ao andamento das questões técnicas, analistas lembram que o caminho político também vem avançando. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição, já conseguiu angariar apoio declarado de mais de 257 votos, a duas semanas da votação.
Taxas de juros fecham em baixa ao longo da curva
As taxas de juros negociadas no mercado futuro terminaram em baixa ao longo de toda a curva, alinhadas não apenas à queda do dólar, mas também a um ambiente de maior tranquilidade nos cenários interno e externo. Em meio ao noticiário escasso, o compasso de espera dos investidores por definições importantes manteve a liquidez reduzida nos negócios. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2020 ficou com taxa de 6,59%, ante 6,63% do ajuste de sexta-feira. O vencimento de janeiro de 2021 projetou 7,37%, de 7,44% do anterior. O DI para janeiro de 2023 ficou em 8,41%, ante 8,48%. O vencimento de janeiro de 2025 teve taxa de 8,91%, de 8,95%.