Saúde prioriza obras em UBS
Nova unidade ainda deverá ser edificada no Santa Rita e prédio na Vila Fraternidade será reconstruído
A FOLHA começa a publicar nesta quartafeira (16) uma série de entrevistas com os secretários e traz balanço de algumas das áreas mais importantes da Prefeitura de Londrina. Estreia é com a pasta de Saúde. Felippe Machado destaca conquistas como aumento de cirurgias eletivas e contratação de médicos e coloca reformas de 35 unidades básicas de saúde, da Maternidade e do PAI como prioridade
Omandato do prefeito Marcelo Belinati chega à metade com uma extensa lista de desafios pela frente. Nos próximos dois anos, a gestão municipal pretende colocar em prática projetos defendidos durante a campanha eleitoral de 2016. A FOLHA começa a publicar nesta quarta-feira (16) uma série de entrevistas com os secretários municipais de algumas das áreas mais importantes da administração, com participação do próprio Belinati.
Os projetos e a avaliação do trabalho da Secretaria Municipal de Educação foram abordados em reportagem publicada em 2 de janeiro. Também serão publicadas matérias com os responsáveis pelas pastas da Fazenda, Obras, Defesa Social, Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina) e CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização).
Na área da Saúde, o prefeito destaca conquistas como o aumento do número de cirurgias eletivas, ampliação do atendimento da Farmácia Municipal, realização de 140 mil consultas por ano, redução de 46 cargos comissionados, contratação de médicos, pagamento de 60% da dívida com hospitais terciários, aumento do número de médicos de plantão e da frota de ambulâncias e reforma de três UBS (unidades básicas de saúde) e do Caps Infantil (Centro de Atenção Psicossocial para Infância e Adolescência).
Por outro lado, ainda estão nas promessas do prefeito e do secretário de Saúde, Felippe Machado, para 2019, o início e finalização de reformas de 35 UBS, a construção de duas unidades, reforma da maternidade e do PAI (Pronto Atendimento Infantil), construção do Centro Especializado de Reabilitação e a criação do Centro de Atendimento à Criança e Mulher, implantação de prontuário eletrônico, formação humanizada dos profissionais e a construção da nova sede do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Ostentando o maior volume de recursos, chegando a mais de R$ 670 milhões em 2019, a pasta pretende dar seguimento à reestruturação física das unidades básicas de saúde nos próximos meses. A projeção do orçamento é maior do que nos outros anos, segundo Machado. O montante cresceu paulatinamente, de R$ 530 milhões, R$ 600 milhões, R$ 659 milhões e agora R$ 670 milhões.
Durante 2018 foram dadas ordens de serviços para reforma e ampliação de 11 prédios. No decorrer deste ano estão previstos grandes reparos em outras 24 unidades. “Dividimos o programa de reestruturação da saúde pública em três vertentes: reestruturação física, de equipamento e mobiliário e de recursos humanos. Garantimos para a população a resolução das duas primeiras questões. Isso está sendo possível com recursos dos governos federal e estadual, além de contrapartidas do município, que antes não tinha dinheiro para isso”, explana o secretário.
A meta é que todas as 53 unidades básicas recebam melhorias. Com as três entregues em 2017, as que iniciaram em 2018 e aquelas que vão passar por obras ao longo deste ano, sobrariam 16 obras para 2020. “São prédios que estavam em situação prejudicada, sem manutenção e que precisavam e precisam de correções. Já o mobiliário não se mostrava mais suficiente”, elenca. O investimento total é de aproximadamente R$ 8 milhões nessas intervenções.
Deverá ser construída uma UBS no jardim Santa Rita, zona oeste, região em que a unidade do Leonor atua como uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) sem ter a capacidade para isso. Foi feita a assinatura do contrato no último dia 7 para a construção no Santa Rita, e agora a obra deve ser autorizada nos próximos dias.
História que se arrasta há anos, a reconstrução da UBS da Vila Fraternidade (zona leste) pode finalmente virar realidade. “Precisava fazer projetos complementares e arquitetônicos. Uma empresa de Cascavel (Oeste) ganhou, porém desistiu e isso atrasou. Servidores do município terminaram esta parte, que agora está para aprovação de Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. Depois vamos licitar”, garante. O montante previsto é de R$ 800 mil.
Uma geógrafa está auxiliando na nova divisão das áreas de abrangência das UBS, com melhor distribuição de pacientes. Além disso deve começar nas próximas semanas a reforma do prédio do PAI (Pronto Atendimento Infantil) e Centrolab (Laboratório Municipal de Análises Clínicas), na região central. Uma empresa foi declarada vencedora em 2016, mas faltava encontrar um local para acomodar essas estruturas durante a reforma. O Pronto Atendimento vai ser transferido para o antigo Hospital Ortopédico, enquanto o laboratório será levado para o prédio onde funcionava a Farmácia Popular.
SAMU
A nova sede do Samu deve ter a licitação lançada em 2019, com previsão de início de edificação nos próximos 12 meses. Será no terreno onde funcionava um posto de combustíveis na avenida Dez de Dezembro, ao lado do Terminal Rodoviário. Serão investidos cerca de R$ 4,8 milhões, provenientes do governo do Estado, na obra.
O MP (Ministério Público) recomendou no segundo semestre de 2018 que a construção não começasse enquanto não fosse confirmado se o solo está ou não contaminado. O secretário de Saúde diz que laudo confeccionado apontou possível contaminação. “Mas é dentro de uma profundidade que os técnicos entenderam que não vai atingir quem vai trabalhar lá. Estamos buscando consenso para termos a tranquilidade de dar a ordem de serviço. A sede começará a ser construída ainda no primeiro trimestre”, garante.
Anunciado em abril de 2018, o Centro Especializado de Reabilitação ficará para este ano. Vai ser construído ao lado da UPA do Jardim Sabará, na zona oeste, em terreno doado pelo município. Contará com médico, psicólogo, fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional, entre outros profissionais. O espaço será direcionado para pessoas com deficiência.
MULHER E CRIANÇA
O cronograma da Saúde abrange a criação de um centro de referência para a mulher e a criança. O centro funcionaria na Policlínica, que teria a capacidade aumentada, com sete médicos de cada especialidade por período. “É para o caso que o médico de família ou clínico geral não consegue resolver e precisa de referência para encaminhar”, destaca.
As cirurgias eletivas, um gargalo da saúde londrinense, foram realizadas por meio de mutirões. “Fechamos 2018 com quase 15 mil cirurgias como de catarata, ginecológica e geral”, acrescenta Machado. Segundo ele, a intenção é promover esses mutirões para reduzir filas de pacientes de órtese e prótese e cirurgia ginecológica e geral, sendo esta no Hospital da Zona Sul. “A de órtese será para as pessoas com deficiência de braço, perna, que usam cadeira de rodas. Vamos lançar esses mutirões com recursos do Fundo Municipal de Saúde. Também haverá mutirões de consultas especializadas em parceria com o Cismepar (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema)”, explica.