Folha de Londrina

Dos 13 réus da Operação ZR3, quatro continuam com tornozelei­ras

Operação que investiga suposto esquema para facilitar aprovação de projetos de mudança de zoneamento completa um ano dia 24

- Vitor Struck Reportagem Local

Acusados pelo Ministério Público de formarem uma organizaçã­o criminosa que agia no sentido de lucrar com a aprovação de projetos de mudança de zoneamento urbano na Câmara Municipal, os 13 réus da Operação ZR3 (Zona Residencia­l 3) devem dar início em março ao calendário de audiências para os depoimento­s das testemunha­s de defesa com o juiz Délcio Miranda da Rocha, da 2ª Vara Criminal de Londrina.

Segundo apurou a reportagem, quatro réus continuam sendo monitorado­s por meio de tornozelei­ras eletrônica­s: o vereador afastado Mario Takahashi (PV ), o ex-chefe de gabinete do também vereador afastado Rony Alves (PTB), Evandir Duarte de Aquino, e os empresário­s José de Lima Castro e Homero Wagner Fronja.

Rony Alves, outro réu na ação, pode ter o dispositiv­o instalado novamente por, em princípio, mais 90 dias, após solicitaçã­o do Ministério Público ainda não atendida pela Justiça.

Deflagrada em janeiro do ano passado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), a operação completará um ano no próximo dia 24.

De acordo com o promotor Leandro Antunes, o MP já pediu a renovação por mais 90 dias do monitorame­nto eletrônico, também, para Takahashi e Aquino. No caso do vereador, o prazo para o fim da atual determinaç­ão judicial deve expirar nesta semana.

NECESSIDAD­E

Para o advogado João Maria Brandão, defesa de Evandir Aquino, atualmente o monitorame­nto não é necessário. Aquino teria sido a primeira pessoa a quem Junior Zampar, principal testemunha de acusação do suposto esquema ao MP, procurou em 2017 para solicitar a mudança de zoneamento do terreno de sua família para posterior venda para a construção de um loteamento.

“O assessor (Evandir Aquino) não tem essa responsabi­lidade que querem que ele tenha, ele faz o que mandam fazer. Não precisava ter renovado (o monitorame­nto), o MP continua um pouco com uma certa pressão”, afirma Brandão.

Já no caso de Takahashi, o advogado Anderson Mariano sustenta que um recurso está em julgamento no Tribunal de Justiça. “Então, a meu ver, o certo é esgotar o prazo da tornozelei­ra e esgotar o prazo do afastament­o e ele retornar pra função”, afirma. Mario Takahashi e Rony Alves estão afastados dos cargos por determinaç­ão judicial até o próximo dia 24, mas o MP tenta a prorrogaçã­o dessa medida.

De acordo com o promotor Leandro Antunes, o monitorame­nto é necessário justamente para que o Estado tenha ciência se os investigad­os estão cumprindo as demais medidas restritiva­s.

“Que são não frequentar a Câmara de Vereadores, a Prefeitura de Londrina e também para que impeça que eles se aproximem de outros réus”, explica.

Além deles, os empresário­s José de Lima Castro e Homero Wagner Fronja completam o grupo de réus ainda monitorado­s. Segundo o MP, os dois teriam se utilizado deste esquema para viabilizar aprovações para projetos de mudanças de zoneamento. Entretanto, a reportagem não conseguiu localizar as defesas.

 ??  ??
 ?? Gina Mardones/24-01-2018 ?? Os promotores do Gaeco tentam na Justiça renovação do prazo de afastament­o dos dois vereadores que viraram réus na ação
Gina Mardones/24-01-2018 Os promotores do Gaeco tentam na Justiça renovação do prazo de afastament­o dos dois vereadores que viraram réus na ação

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil