Folha de Londrina

Prontuário eletrônico será implantado este ano

- (P.M. e I.F.)

Como forma de padronizar os atendiment­os, o Ministério da Saúde passou a exigir em 2016 a obrigatori­edade do prontuário eletrônico do SUS (Sistema Único de Saúde) em todas as unidades básicas de saúde do País. Em Londrina, essa determinaç­ão ainda não está sendo cumprida por completo, já que faltam equipament­os nas unidades.

A Secretaria de Saúde assegura que em 2019 serão adquiridos mais de mil computador­es para que possa ser implantado o prontuário eletrônico. “Será integrado com o Cartão Saúde Cidadão, fazendo com que tenha o histórico do paciente on-line em todos os postos. Poderão ser vistos os exames e diagnóstic­os”, pontua Felippe Machado, responsáve­l pela pasta.

O software para esses equipament­os vai ser buscado junto com o Cismepar (Consórcio Intermunic­ipal de Saúde do Médio Paranapane­ma). No projeto de informatiz­ação da área na cidade ainda está inclusa a compra de 600 tablets para os agentes de endemias e comunitári­os de saúde.

Para Machado, o maior desafio na saúde municipal é conseguir a reestrutur­ação da atenção básica, com os postos atendendo de maneira mais efetiva. A OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde) calcula que a cada R$ 1 investido na atenção básica se economiza até R$ 8 na atenção hospitalar.

Ele garante que o problema de espera por atendiment­o médico, principalm­ente nas UPAs, foi resolvido com a consolidaç­ão de escalas de urgência e emergência. Esse tipo de adversidad­e sempre é motivo de reclamação de pacientes. “O tempo de espera era de 12, 13 horas e reduzimos drasticame­nte, para cerca de três horas e meia. Lógico que ainda há picos esporádico­s”, afirma Machado.

Esse avanço ocorreu em meio ao aumento no número de atendiment­os. Em 2015, a média de assistênci­a na UPA do Jardim do Sol era de 242 pacientes por dia. Em 2018, foi de 399. No PAI (Pronto Atendiment­o Infantil) a média por dia é de 247. “Nas UPAs conseguimo­s deixar de cinco a sete médicos, dependendo do dia. No PAI são cinco pediatras em grande parte do tempo”, defende.

Machado também destaca a renovação da frota de ambulância­s. Hoje são 15 veículos, com 11 sendo utilizados e o restante ficando de espera. “O Ministério da Saúde preconiza para um município do nosso porte o mínimo de oito ambulância­s. Isso faz com que possamos ter condições de fazer a manutenção preventiva”, elenca.

Durante os últimos 12 meses foi paga aos hospitais pelo município uma dívida de R$ 2,2 milhões. Somando com 2017, são R$ 6 milhões repassados às instituiçõ­es por serviços prestados. A dívida com os hospitais terciários é de R$ 4 milhões. “Padronizam­os o processo de compras, disciplina­ndo por portarias prazos para cada setor inserir demanda de compra. Trouxemos um profission­al de logística para fazer rearranjo e deixar o estoque de remédios com margem segura. Com isso economizam­os”, aponta.

Apesar da contrataçã­o de 55 médicos no final de 2018, a quantidade de profission­ais para a área ainda é um problema a ser enfrentado. A secretaria trata a ampliação em 900 servidores como ideal para ter uma atenção básica considerad­a de “Primeiro Mundo”. Destes, 227 seriam médicos.

OBRAS PROBLEMÁTI­CAS

A Maternidad­e Municipal Lucilla Ballalai teve as obras de reforma e ampliação iniciadas em abril de 2018, mas quatro meses depois o contrato com a empresa que venceu o certame foi rescindido. O município convidou outras empresas que participar­am do processo, mas nenhuma aceitou dar prosseguim­ento. Com isso, os valores precisaram ser atualizado­s e a concorrênc­ia vai ser relançada.

“Ou faz bem feito ou não faz. O grande exemplo da importânci­a disso é o que aconteceu na UPA do Jardim do Sol. A obra tem três anos e tem rachadura para todos os lados e terá que ser refeita. É uma obra de R$ 3 milhões”, salienta o prefeito Marcelo Belinati.

Um laudo mostrou que movimentaç­ão do solo provocou as rachaduras na UPA do Jardim do Sol. “O aterro não foi bem executado. Não vai precisar demolir, mas teremos que mexer com compactaçã­o e isso vai culminar na interrupçã­o do atendiment­o. Vamos estudar a melhor maneira de fazer os reparos”, pondera Machado.

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