Folha de Londrina

Suposto repasse de R$ 100 mil ao chefe da Casa Civil é mencionado em delação

- Vitor Struck Reportagem Local

O mais novo alvo da Operação Integração, um desdobrame­nto da Lava Jato que investiga suposto esquema de corrupção envolvendo agentes públicos e empresas de pedágio do Paraná, é o atual chefe da Casa Civil do governo do Estado, Guto Silva (PSD). De acordo com informaçõe­s trazidas pelo jornal “O Estado de São Paulo”, o ex-diretor do DER (Departamen­to de Estradas de Rodagem), Nelson Leal Júnior, afirmou à Procurador­ia Geral da República em delação premiada que R$ 100 mil teriam sido solicitado­s por Pepe Richa Filho a Hélio Ogama, expresiden­te da concession­ária Triunfo Econorte. O dinheiro serviria para abastecer a campanha de Guto Silva na corrida por uma cadeira na Assembleia Legislativ­a pelo PSC (Partido Social Cristão).

Pepe Richa é irmão do exgovernad­or Beto Richa (PSDB) e foi secretário de Infraestru­tura. Ogama confirma a solicitaçã­o também em delação premiada. O pagamento “para um deputado ou candidato”, diz Ogama, teria sido feito em dinheiro.

“Eu dificultei um pouco, mas devido a várias insistênci­as (do Nelson Leal) eu arrumei para ele R$ 100 mil e entreguei na sala dele”, diz Ogama.

Em nota, o chefe da Casa Civil de Ratinho Junior (PSD) disse que ficou indignado com a afirmação que considera inverídica, “uma ilação sem qualquer sustentaçã­o na realidade”. “Não tenho nenhum receio ou problema de confrontar essa delação porque é uma declaração mentirosa. Não há nenhum fato que possa, no mínimo, sugerir essa minha conduta. Sigo convicto de que a situação que se apresenta será esclarecid­a e, ao fim, a Justiça será feita, condenando pessoas que agiram contra o interesse público e tentam dividir sua culpa com quem não têm nenhum envolvimen­to com os fatos que estão sendo apurados”, afirma.

Já o governador Ratinho Junior disse que não fará nenhum julgamento antecipado, uma vez que não há nenhum fato jurídico ou processo iniciado pelo Ministério Público, mas que pediu “celeridade” ao secretário no esclarecim­ento “e na sua defesa de forma pública”.

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