CMTU estuda instalação de radares
Cerca de 50 locais da cidade estão sendo analisados por agentes descaracterizados
Londrina deverá ganhar mais radares nos próximos meses. A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) iniciou estudo técnico para implantação de mais equipamentos na cidade. A previsão é que o trabalho dure aproximadamente 20 dias e serão percorridos cerca de 50 lugares. Os locais foram definidos a partir da incidência de reclamações que o órgão recebe da população e dos registros de acidentes. O município conta atualmente com 22 radares.
A verificação está ocorrendo por meio de contagem e tipificação das infrações e da aferição da quantidade de veículos e velocidade média nas vias. “O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) determina que para poder fazer fiscalização eletrônica tem que ter estudo no local para que os dados indiquem se é viável ou não a implantação das ferramentas nestes lugares”, explicou Pedro Ramos, diretor de Trânsito da CMTU. “Depois, com estes dados concluídos, submetemos o estudo à engenharia de tráfego do Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina), que aprovando nos permitirá ir para fase de licitação para contratar empresa especializada”, elencou.
Segundo Ramos, apesar de o estudo estar sendo desenvolvido em dezenas de locais, não significa que todos eles receberão radares. “Estamos vendo a viabilidade técnica da colocação, com o principal objetivo de redução de acidentes. O estudo pode indicar se há necessidade do equipamento 24 horas por dia, se é preciso fiscalização temporal e em pontos específicos ou se os radares portáteis resolvem”, destacou. A companhia dispõe de quatro equipamentos portáteis. Uma vez aprovado, o material estudado será colocado à disposição no portal da CMTU.
ÀPAISANA
Apesar da divulgação do trabalho, a CMTU não detalhou quais vias integram a re- lação produzida pelo órgão. A intenção é não comprometer a verificação, com mudança de perfil do motorista. Por este mesmo motivo os fiscais estão descaracterizados e os aparelhos são usados no modo teste. “Se tiver fazendo estudo com agente uniformizado, a constatação tem que gerar infração, o que não está acontecendo. Ninguém está sendo multado durante este levantamento. Se o agente estiver identificado, logo a notícia se espalha e as pessoas passam a se comportar de maneira diferente”, justificou. Ele também ressaltou que todos os locais estudados estão com sinalização de trânsito visível.
Os novos radares terão tecnologia diferente daquela apresentada pelos equipamentos hoje instalados em Londrina. Do total de pontos de operação atuais, metade autua somente excesso velocidade, enquanto a outra metade também anota avanço de sinal vermelho e parada de veículos em cima da faixa de pedestres. “Os novos vão fiscalizar ainda a conversão irregular, pois nos cruzamentos semaforizados existem muitas infrações deste tipo. Outra novidade é a possibilidade da câmera identificar se o veículo é roubado ou está em dívida ativa no município. A partir do momento que nota o problema, o sistema aciona os órgãos de segurança”, exemplificou.
EDUCAÇÃO E DEVER
O município registrou em 2018 83 óbitos em acidentes de trânsito. Durante os 12 meses foram expedidas 181.823 autuações, sendo 95.846 decorrentes de fiscalização eletrônica com radares fixos e móveis. Exceder o limite de velocidade da via em até 20% apareceu no topo das infrações mais cometidas, com 79.036, seguido do avanço de sinal vermelho (17.634). Pedro Ramos destacou que é preciso atenção quanto à conduta no trânsito e refutou a existência de “indústria da multa”, que muitas vezes é classificada por motoristas quando se referem à fiscalização na cidade.
“É um absurdo este tipo de conversa de parte dos motoristas diante da realidade que temos. Foram mais de 3,4 mil acidentes de trânsito em Londrina em 2018. Melhoramos a questão de sinalização e as multas só são aplicadas em locais bem sinalizados. O agente está errado apenas se multar em lugar não identificado. É essencial educação no trânsito para o pedestre e para a criança, que está em fase de formação de consciência. Já quem tira CNH (Carteira Nacional de Habilitação) tem o dever de cumprir a legislação”, afirmou.
A CMTU paga por mês em torno de R$ 70 mil para a terceirizada responsável pela averiguação e manutenção dos radares. “Nunca chega a este valor, porque existe uma redução no repasse no caso de perder alguma imagem por conta da qualidade ou ficar encoberta, dificultando a identificação da placa. Então precisa ser descartada. Tudo passa pelo crivo dos agentes de trânsito. O pagamento é por serviço fixo e não por quantas pessoas são ou não multadas. No próximo edital prevemos transmissão em tempo real.”