Comissão da ONU vê crimes de guerra de Israel
São Paulo - A ONU (Organização das Nações Unidas) revelou nesta quinta-feira (28) que uma comissão de enquete do Conselho de Direitos Humanos da organização afirmou que a resposta de Israel às manifestações palestinas na Faixa de Gaza em 2018 “pode ser considerada crimes de guerra ou crimes contra a humanidade”.
“A comissão tem motivos razoáveis para acreditar que soldados israelenses cometeram violações aos direitos das pessoas e ao direito humanitário internacional durante a chamada Caminhada de Retorno. Algumas dessas violações podem ser classificadas como crimes de guerra ou de crimes contra a humanidade e devem ser imediatamente objeto de enquete por Israel”, declarou o presidente da comissão, o argentino Santiago Canton.
A comissão encontrou motivos convincentes para acreditar que membros das forças de segurança de Israel mataram e feriram civis que não participavam diretamente de hostilidades e não constituíam portanto nenhuma ameaça iminente.
A análise da comissão englobou o período do início das manifestações, em março de 2018, até 31 de dezembro. “Mais de 6.000 manifestantes desarmados foram atingidos por atiradores de elite militares semana após semana durante as manifestações”, informa o relatório da comissão. Durante essas manifestações, 189 palestinos foram mortos.
A comissão constatou que os militares israelenses mataram 183 manifestantes com balas reais, entre eles 35 crianças, três paramédicos em ambulâncias e dois jornalistas claramente identificados.
As manifestações palestinas na Faixa de Gaza começaram em 30 de março. A partir de então, milhares de palestinos se reuniam todas as semanas perto da fronteira com Israel na chamada Caminhada de Retorno, que reivindica o direito dos palestinos de retornarem às terras de onde foram expulsos ou fugiram com a criação de Israel, em 1948.
Militares israelenses mataram 183 manifestantes com balas reais