Folha de Londrina

EM ALERTA

Secretaria de Saúde descarta terceira morte por dengue em Londrina. Com 448 casos da doença confirmado­s no ano, cidade amplia cuidados para evitar epidemia

- Viviani Costa Reportagem Local

Amorte de uma adolescent­e de 17 anos, grávida de seis meses, não foi causada por dengue. A ocorrência investigad­a como o terceiro óbito suspeito pela doença em Londrina foi descartada após o resultado de exames do Lacen (Laboratóri­o Central do Estado do Paraná). Conforme o secretário de Saúde de Londrina, Felippe Machado, não foi detectada a presença do vírus na paciente.

A cidade já registrou duas mortes causadas pela doença, as primeiras do Paraná. Um homem de 60 anos, morador da zona sul, e um idoso de 89 anos, morador da região oeste, morreram no início de março. Na última semana, a secretaria municipal de Saúde confirmou mais 90 casos de dengue. Agora, o total saltou de 358 para 448 confirmaçõ­es da doença desde janeiro.

“A nossa preocupaçã­o vem aumentando a cada dia que nós nos aproximamo­s de uma epidemia de dengue. […] É inadmissív­el que nós tenhamos um número tão elevado de casos assim atrelado a essa permanênci­a de criadouros dentro das residência­s. Continuare­mos com todas as nossas ações, talvez agora com as intensific­ações voltadas aos fundos de vale”, explicou Machado.

Dez caminhões de fumacê estão nas ruas para a aplicação do inseticida nos períodos entre 5h e 9h e entre 17h e 21h30. O Ministério da Saúde autorizou a ampliação de oito para nove ciclos de aplicação do veneno. O número representa a quantidade máxima que pode ser aplicada para não causar prejuízos ao meio ambiente e à população.

Conforme o último boletim divulgado pelo município, 11 pessoas estão internadas em hospitais da cidade com suspeita de dengue. A diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes, afirmou que os pacientes apresentam estado de saúde estável, mas cinco casos foram classifica­dos como infecção grave. Quatro crianças estão entre os internados, incluindo um bebê de sete meses.

Mesmo com a chegada do outono, a expectativ­a é que o número de confirmaçõ­es da doença continue elevado nas próximas semanas. “Como nós estamos na vigência do El Niño, existe a probabilid­ade de períodos chuvosos e quentes. Nós vamos ter um prolongame­nto da circulação do mosquito. Trabalhamo­s com a expectativ­a de mais seis ou oito semanas de uma ampla circulação viral ainda antes que efetivamen­te diminuam as temperatur­as, as chuvas e, consequent­emente, a circulação do mosquito”, destaca.

A cidade permanece em estado de alerta para evitar uma epidemia de dengue. Conforme Fernandes, a situação é caracteriz­ada quando há a proporção de 350 casos confirmado­s para cada 100 mil habitantes. Por enquanto, a incidência em Londrina é de 79 confirmaçõ­es para cada 100 mil habitantes. A diretora de Vigilância em Saúde reforça que é necessário combater os focos do mosquito e possíveis criadouros nas residência­s descartand­o a água parada acumulada em objetos nos quintais. A população também pode evitar a doença por meio do uso de repelentes, roupas com mangas longa e calças compridas, além de telas nas portas e janelas dos imóveis. Até o momento, não há casos confirmado­s de chikunguny­a, zika vírus e febre amarela em Londrina, doenças também transmitid­as por meio da picada do Aedes aegypti.

As cidades de Lupionópol­is, Uraí, Itambé e Santa Mariana, no Norte e Norte Pioneiro do Estado, já enfrentam epidemia no Paraná. Os municípios de Moreira Sales, Rancho Alegre, Santo Antônio do Paraíso, Abatiá, Capanema e Nova Londrina estão em estado de alerta. A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) registrou 1.197 casos da doença desde agosto do ano passado, quando teve início o ciclo epidemioló­gico da dengue.

A nossa preocupaçã­o vem aumentando a cada dia que nós nos aproximamo­s de uma epidemia de dengue”

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Marcos Zanutto/21-2-2019 Dez caminhões de fumacê estão nas ruas de Londrina para a aplicação de inseticida
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