Folha de Londrina

‘DOR DE CABEÇA’

Boas atuações de substituto­s na vitória sobre o Maringá aumentam opções para o técnico do Londrina

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São Paulo - O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, prestou depoimento nesta quinta-feira (21) no 42.º Distrito Policial, no Recreio dos Bandeirant­es, no Rio de Janeiro. Acompanhad­o por um advogado e por membros da diretoria da clube, o dirigente foi ouvido pelos policiais durante cerca de duas horas para o inquérito que investiga a morte de dez garotos das categorias de base em um incêndio no CT Ninho do Urubu, em 8 de fevereiro.

Landim foi à Polícia Civil para prestar esclarecim­entos e explicar como era a atuação do clube no local antes da tragédia. A polícia espera concluir o inquérito no começo de abril e aguarda para as próximas semanas outros depoimento­s. As principais oitivas serão com dirigentes da gestão anterior do Flamengo, encerrada em dezembro do ano passado.

O ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, será um dos ouvidos, assim como o vice-presidente de patrimônio Alexandre Wrobel, que era o responsáve­l pelas obras no CT Ninho do Urubu. O objetivo do trabalho é apurar as causas do incêndio, assim como identifica­r os possíveis responsáve­is. Segundo a perícia, o fogo começou após um curto-circuito no ar-condiciona­do de um dos quartos do alojamento.

Enquanto a negociação avança, grande parte das famílias das vítimas tem reclamado da falta de acordo com o clube pelas indenizaçõ­es. Na última terça-feira (19), um grupo de advogados que representa­m os parentes de sete garotos convocou uma entrevista coletiva em que reclamaram da falta de interesse do Flamengo para se reunir e negociar o pagamento das indenizaçõ­es.

O clube se defendeu em nota oficial logo depois. No texto, a diretoria reiterou ter conseguido fechar acordo com uma família e ter negociação com outras três, além de afirmar que na primeira tentativa de acordo coletivo, em 21 de fevereiro, os advogados não aceitaram a proposta de indenizaçã­o e encerraram possíveis contatos por contraprop­ostas.

Cerca de 40 dias depois da tragédia, a situação das famílias é de espera. O Estado de S. Paulo entrou em contato com parentes de familiares, que relataram estarem distantes do processo e no aguardo de soluções negociadas pelos advogados nos contatos com o clube. Como alguns dos garotos que mor- reram não eram do Rio de Janeiro, os parentes têm deixado a negociação nas mãos dos representa­ntes.

O Flamengo paga uma ajuda de custo de R$ 5 mil mensais para as nove famílias que ainda não entraram em acordo. O clube alega que gastou até o momento mais de R$ 200 mil com passagens aéreas, hospedagen­s e traslado dos corpos das vítimas. Dos 16 jogadores sobreviven­tes, a diretoria já fechou acordo de indenizaçã­o com 13 famílias e está em negociação com as três restantes.

Dirigentes da gestão anterior do clube serão ouvidos nas próximas semanas

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