Queda de braço
Persiste o confronto intrapoderes, embora certas jogadas aparentem encenação: o Judiciário tem duas frentes no Ministério Público, que tenta acuar, e no Senado com a “Lava Toga”. Foi expressiva a assinatura de toda a bancada paranaense da Câmara Alta num expresso apoio, até por motivações de raiz regional, à Lava Jato. Aliás Alvaro Dias, que hoje desfruta com o seu partido de boa posição no parlamento, manteve sempre apoio aquele fluxo judicial.
Há uma torcida dos bem intencionados para que essa nuvem escura saia do horizonte, mas de qualquer forma se reconhece a gravidade da anomalia para a higidez institucional. Já a prisão do ex-presidente Michel Temer e do seu ministro Moreira Franco, nesta quinta (21), indica que a normalidade dos processos judiciais se desenvolve apesar dos incidentes de percurso. Posto que um assunto nada tenha a ver com o outro, recoloca o País na esteira da luta contra a corrupção, o maior fenômeno da história brasileira como expressão de ruptura ao conformismo diante das variadas formas de impunidade.
De outro lado isso fortalece o sentido da prisão do ex-presidente Lula, que não detinha como sua sucessora Dilma Rousseff, cordéis para manter sob controle o parlamento e subjugar seus algozes como fez Temer por duas vezes. É que com as trombadas entre STF e a República de Curitiba a esquerda se sentiu ora fortalecida para insistir no choramingas de que seu líder maior é perseguido.
As duas representações do Ministério Público Federal contra Michel Temer, além de outras em curso como a do acerto nos portos, são bem consistentes da mesma forma que as futuras, já encenadas, contra Lula.