Carta com ameaça na UEPG mobiliza polícia
Curitiba -
Uma carta com ameaças a alunos e professores da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa) encontrada na manhã desta quinta-feira (21), em um banheiro do Campus Uvaranas, gerou preocupação entre pais e alunos e fez com que a reitoria acionasse as polícias Civil e Militar para investigar os autores e aumentar a segurança preventiva nas instalações da instituição.
A carta, anônima, alega que está sendo preparado um massacre em Ponta Grossa, visando alunos e professores, e faz referência aos ataques à escola estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), e a duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia.
O papel foi encontrado por volta das 8h40 por um estudante. Ele mostrou a carta a colegas e a compartilhou nas redes sociais. Via WhatsApp, a reitoria passou a ser questionada e iniciou uma averiguação. Paralelamente, acionou as autoridades. Houve reforço de segurança nos espaços da universidade e o início de uma investigação envolvendo as polícias.
De acordo com o reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, a segurança dos alunos e professores está garantida e já há uma linha de investigação “bastante coerente” que deve levar a uma rápida identificação de autoria.
O reitor disse estar ciente da possibilidade de se tratar de um “trote de mau gosto”. “Acreditamos que é uma questão de dimensão local, pequena”, disse, em uma coletiva de imprensa concedida na UEPG na tarde de quinta-feira, ao lado de outros representantes da instituição e das polícias. “Esse episódio foi muito amplificado por conta do contexto nacional que estamos vivendo hoje, pela tragédia em Suzano”, analisou.
O delegado-chefe da 13ª Subdivisão da Polícia Civil de Ponta Grossa, Nagib Nassif Palma, reforçou que não há motivos para pânico e que as medidas de segurança foram tomadas por cautela. Ele avaliou que o conteúdo da carta tem um teor “conspiratório” e apontou inverossimilhanças da ameaça. Explicou, porém, que a polícia age como um médico que pede exames para descartar qualquer perigo maior.
Também nesta linha, o subcomandante do 1º Comando Regional de Polícia Militar, Marcelo Moreira, disse que a polícia não pode ignorar a ameaça, mas também não pode dar “muito crédito” à carta, que não faz um “diagnóstico palpável da realidade”.
“No momento, ela faz com que tenhamos essa cautela. Mas esperamos que tudo se resolva com a maior brevidade possível”, disse.
O vice-reitor da UEPG, Everson Krum, lembrou que uma ameaça semelhante foi identificada em um campus da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre. “Temos que dar a demonstração de que nós não temos medo disso”, disse, pedindo serenidade aos pais.
Uma vez identificado o autor, o delegado Palma disse que já se pode falar, “no mínimo”, em contravenção penal pelo tumulto causado pelo ato. Não havendo sanção criminal, o responsável poderá sofrer eventuais ações administrativas ou cíveis.