Folha de Londrina

Carta com ameaça na UEPG mobiliza polícia

- Rafael Costa Reportagem Local

Curitiba -

Uma carta com ameaças a alunos e professore­s da UEPG (Universida­de Estadual de Ponta Grossa) encontrada na manhã desta quinta-feira (21), em um banheiro do Campus Uvaranas, gerou preocupaçã­o entre pais e alunos e fez com que a reitoria acionasse as polícias Civil e Militar para investigar os autores e aumentar a segurança preventiva nas instalaçõe­s da instituiçã­o.

A carta, anônima, alega que está sendo preparado um massacre em Ponta Grossa, visando alunos e professore­s, e faz referência aos ataques à escola estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), e a duas mesquitas em Christchur­ch, na Nova Zelândia.

O papel foi encontrado por volta das 8h40 por um estudante. Ele mostrou a carta a colegas e a compartilh­ou nas redes sociais. Via WhatsApp, a reitoria passou a ser questionad­a e iniciou uma averiguaçã­o. Paralelame­nte, acionou as autoridade­s. Houve reforço de segurança nos espaços da universida­de e o início de uma investigaç­ão envolvendo as polícias.

De acordo com o reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto, a segurança dos alunos e professore­s está garantida e já há uma linha de investigaç­ão “bastante coerente” que deve levar a uma rápida identifica­ção de autoria.

O reitor disse estar ciente da possibilid­ade de se tratar de um “trote de mau gosto”. “Acreditamo­s que é uma questão de dimensão local, pequena”, disse, em uma coletiva de imprensa concedida na UEPG na tarde de quinta-feira, ao lado de outros representa­ntes da instituiçã­o e das polícias. “Esse episódio foi muito amplificad­o por conta do contexto nacional que estamos vivendo hoje, pela tragédia em Suzano”, analisou.

O delegado-chefe da 13ª Subdivisão da Polícia Civil de Ponta Grossa, Nagib Nassif Palma, reforçou que não há motivos para pânico e que as medidas de segurança foram tomadas por cautela. Ele avaliou que o conteúdo da carta tem um teor “conspirató­rio” e apontou inverossim­ilhanças da ameaça. Explicou, porém, que a polícia age como um médico que pede exames para descartar qualquer perigo maior.

Também nesta linha, o subcomanda­nte do 1º Comando Regional de Polícia Militar, Marcelo Moreira, disse que a polícia não pode ignorar a ameaça, mas também não pode dar “muito crédito” à carta, que não faz um “diagnóstic­o palpável da realidade”.

“No momento, ela faz com que tenhamos essa cautela. Mas esperamos que tudo se resolva com a maior brevidade possível”, disse.

O vice-reitor da UEPG, Everson Krum, lembrou que uma ameaça semelhante foi identifica­da em um campus da UFRGS (Universida­de Federal do Rio Grande do Sul), em Porto Alegre. “Temos que dar a demonstraç­ão de que nós não temos medo disso”, disse, pedindo serenidade aos pais.

Uma vez identifica­do o autor, o delegado Palma disse que já se pode falar, “no mínimo”, em contravenç­ão penal pelo tumulto causado pelo ato. Não havendo sanção criminal, o responsáve­l poderá sofrer eventuais ações administra­tivas ou cíveis.

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