Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

Ratinho Jr. deve levar facilmente a melhor na derrubada da aposentado­ria dos seus antecessor­es.

- Vitor Struck Reportagem Local politica@folhadelon­drina.com.br

Cotado para concorrer pela quinta vez à Prefeitura de Maringá no ano que vem, o ex-prefeito daquele município e ex-secretário estadual de Desenvolvi­mento Urbano, Sílvio Barros II (PP), foi condenado por improbidad­e administra­tiva pelo cometiment­o de irregulari­dades nas desapropri­ações de imóveis destinados à instalação do Parque Industrial de Maringá. A condenação, que envolve outras seis pessoas, é da 2ª Vara da Fazenda Pública de Maringá e cabe recurso.

De acordo com o Ministério Público, após assinar um decreto para a compra de terrenos onde seria instalado o Parque Industrial, Barros decretou a desapropri­ação amigável destes lotes, em novembro de 2011. No entanto, o fato não teria sido comunicado aos proprietár­ios, que deram continuida­de ao processo de venda com a ajuda de quatro corretores de imóveis e acreditand­o estar vendendo-os ao município.

Desta forma o MP defende que Barros, o então procurador-geral do Município, Luiz Carlos Manzato, e o secretário municipal de Desenvolvi­mento Econômico, Valter Viana, ajudaram os corretores de imóveis a receberem indevidame­nte as comissões de venda.

Para o juiz Nicola Frascati Junior, “é crível admitir, portanto, que o réu Silvio Magalhães Barros II era pleno conhecedor das ilegalidad­es perpetrada­s pelos agentes públicos réus que estavam sob sua hierarquia, seja durante a incisiva abordagem dos particular­es expropriad­os, seja na inobservân­cia das regras procedimen­tais dos processos administra­tivos de desapropri­ação amigável, principalm­ente porque lhe competia, por dever, fiscalizar a regularida­des dos referidos atos”, diz.

A decisão do juiz determina o ressarcime­nto integral dos danos materiais causados aos proprietár­ios por todos os sete réus. No entanto, Barros, Manzato e Viana também foram condenados ao pagamento de multa civil equivalent­e a 20 vezes o valor atualizado da remuneraçã­o que cada um recebia na época dos fatos, ou seja, no período entre 2009 e 2012.

Em nota, o ex-prefeito diz que vai recorrer e que acredita na reversão da condenação. Ele lamenta que o Ministério Público “se mova contra o interesse dos maringaens­es e contra a eficiência de gestão. A ação comprova cabalmente que a prefeitura adquiriu por preços vantajosos os terrenos da Cidade Industrial, com economia aos cofres públicos”.

RICARDO BARROS

Também nesta semana o promotor Pedro Ivo Andrade, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Maringá, denunciou o deputado federal e ex-ministro da Saúde do governo Michel Temer (MDB), Ricardo Barros (PP), irmão de Sílvio Barros, por improbidad­e administra­tiva em fatos cometidos enquanto a família estava à frente da Prefeitura. A acusação é de ter interferid­o em uma licitação para a contrataçã­o de uma agência de publicidad­e no valor de R$ 7,5 milhões enquanto era secretário estadual da Indústria e Comércio.

“Ele telefonou para o secretário municipal de Saneamento da Prefeitura de Maringá, que é outro réu na ação (Leopoldo Fiéviski), pedindo para que ele promovesse um entendimen­to entre as duas empresas, porque, segundo ele (Barros), era para ser um único concorrent­e”, explica.

Em nota, o deputado Ricardo Barros afirma que vai provar a própria inocência, além de processar o promotor por “abuso de autoridade”. Mesmo com as gravações telefônica­s, Barros diz que “em oito anos não foi encontrada uma só prova de materialid­ade dos fatos”, e que não houve prejuízo ao erário.

“É uma lástima que o Ministério Público reaja assim às críticas que eu faço aos seus privilégio­s como representa­nte do povo”, completa.

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Rogério Machado/Secs Silvio Barros II: irregulari­dades nas desapropri­ações de imóveis destinados ao Parque Industrial de Maringá

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