LUIZ GERALDO MAZZA
Já houve tentativas de extinguir ou ao menos normatizar a guerra fiscal. Não parece que será agora
Houve tentativas de extinguir ou ao menos de normatizar a Guerra Fiscal, submetendo-a ao crivo do Confaz, o conselho de política fazendária, integrado por secretários estaduais. Fala-se nessa supressão com a maior naturalidade e teoricamente a maioria aparenta concordar, porém vale-se do recurso da renúncia fiscal e de oferta de terrenos para atrair investimentos que explicam, por exemplo, o grande número de montadoras no país.
Há situações complexas como a da fábrica de caminhões da Ford em São Bernardo do Campo, que deseja tirar o time, e o governador paulista se empenha para que haja um acordo com a Caoa, com a qual mantém conversações, infrutíferas até aqui, há 4 meses. É visível que não há planejamento no cenário, dada a compulsão que marca a atitude dos estados nesse tipo de busca, que aliás esteve em nosso comportamento que começou lá atrás com a Volvo e a New Holland, e dos projetos acertados só um, de Campo Largo, da Chrysler, gorou.
O arranque do setor se dá com Juscelino Kubitschek nos anos cincoenta e havia um Estado Maior para tratar do tema no Grupo Executivo da Indústria Automotiva, Geia, tocado pelo almirante Lúcio Meira. Como virou sinal de modernidade todos se habilitaram e é visível que há sinais de saturação do mercado no caso dos caminhões expresso na situação da Ford. O governador João Doria não quer ficar com a marca da perda dessa unidade de São Bernardo, daí a pressão que faz para que a Caoa adquira o complexo da americana. Pelo exemplo de São Paulo percebe-se que estamos longe, muito longe, do fim da guerra fiscal.