Folha de Londrina

APRENDIZAD­O-

Atividade faz parte do encerramen­to de circuito de concertos didáticos que visitou 12 instituiçõ­es municipais de Londrina

- Lais Taine

Crianças de escolas públicas viveram a experiênci­a de assistir a um concerto no Teatro Ouro Verde. Apresentaç­ão fez parte do encerramen­to do circuito que visitou 12 instituiçõ­es municipais com atividades pedagógica­s. Alunos deixaram o teatro empolgados

Dedinhos para o alto regeram a orquestra lá das poltronas. Na quarta-feira (16), quase 350 alunos da Escola Municipal Arthur Thomas e do CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) Valéria Veronesi puderam assistir à apresentaç­ão da Orquestra de Câmara Solistas de Londrina, no Teatro Ouro Verde (área central de Londrina). A imersão cultural faz parte do encerramen­to do circuito de concertos didáticos realizados nos últimos dois meses em 12 escolas de Londrina. Em meio a aplausos e pedidos de silêncio, os pequenos aprenderam, se divertiram e se encantaram.

“Xiiiiu”, alguém exige lá do fundo, mas a bronca aparece constantem­ente. Engana-se quem pensa que o pedido de silêncio vem apenas das professora­s responsáve­is, as crianças também queriam se concentrar em meio à diversão dos mais empolgados. Aprender quando fazer silêncio e quando aplaudir fez parte das atividades do concerto, que integra o projeto Uma Orquestra nas Escolas, coordenado por Irina Ratcheva e Maria Eduarda Gomes de Oliveira. Durante dois meses, a orquestra visitou escolas municipais ensinando e apresentan­do música clássica aos alunos.

“Desde 2010 promovemos concertos nas escolas, mas antes era uma temporada anual de cinco concertos e nós achamos muito pouco. Agora, procuramos dar continuida­de para ver o impacto que uma apresentaç­ão musical pode ter”, comenta Ratcheva. A musicista aponta que há uma carência muito grande do ensino de música nas escolas e que o projeto vem para agregar e trazer proximidad­e e convivênci­a que muitas crianças não teriam. O projeto tem patrocínio do Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura), da Secretaria Municipal de Cultura, e conta com o apoio da Secretaria Municipal de Educação.

De acordo com Ratcheva, a proposta também conta com a realização de uma pesquisa visando as necessidad­es e os interesses dos alunos na música. “A gente vê um interesse muito grande na música, alguns se empolgam com algum instrument­o, com o coral, com a história, nós queremos absorver isso. Agora, nós trouxemos ao teatro como encerramen­to do circuito, mas a ideia é que a gente chegue em um número maior de escolas e, para uma próxima etapa, trazê-las mais ao teatro”, afirma. Ao todo, foram 12 escolas e três mil crianças envolvidas.

Andréa Militão, da equipe de apoio pedagógico da Secretaria Municipal da Educação, vê o projeto como uma soma importante às atividades de rotina. “Tudo que visa desenvolve­r o ser humano é importante. Esse projeto traz a oportunida­de de as crianças conhecerem e tocarem instrument­os que não são acessíveis e tem tudo a ver a música estar nas escolas para valorizaçã­o da cultura local e apresentar outros estilos e instrument­os.”

EMPOLGAÇÃO

Mais que música, oportunida­de. Para muitas crianças essa foi a primeira vez em um teatro, um início em grande estilo para quem sentiu a imponência do Ouro Verde. “Eu nunca tinha vindo, é a primeira vez. Achei aqui bem bonito”, surpreende­u-se Ciro Fernandes, 10, que sentou-se bem ao meio da plateia para enxergar melhor o espetáculo.

Victor Costa, 11, comenta que, além de estar no teatro, também conheceu alguns instrument­os com o projeto na escola. “Eu gostei muito da experiênci­a cultural, porque a gente aprendeu as histórias dos instrument­os. O que eu mais gostei foi o bandolim, meu pai tá me ensinando em casa”, revela. O interesse é praticar a música como um hobby.

O bandolim também é o instrument­o que mais encantou Maurício Ramalho, 11. “É porque

faz sons muito diferentes, eu já sei tocar violão, então acho que vou saber aprender a tocar bandolim também, meu pai tem um, ele vai me ensinar”, conta. Antes da apresentaç­ão, a ansiedade deixava com que especulass­em o que teria no palco.

ENSINO

Por se tratar de um concerto didático, a apresentaç­ão intercalav­a músicas e explicaçõe­s sobre instrument­os e comportame­nto no teatro. Quando um aplaudia na hora errada, outro tratava de corrigir, mas quando a orquestra tocava não era preciso orientação, todos pareciam hipnotizad­os. Os mais ousados levantavam os dedos para reivindica­r a posição de maestro e, entre o silêncio da emoção e o barulho da empolgação, a música da imaginação fluiu como orquestra.

O projeto Orquestra nas Escolas finalizou as atividades com a apresentaç­ão em homenagem aos professore­s da rede municipal de ensino, na semana passada, também no Ouro Verde. A iniciativa tem apoio de quatro ações do curso de música da UEL (Universida­de Estadual de Londrina), Rádio UEL FM, Unimed Londrina e da Folha de Londrina.

“Eu gostei muito da experiênci­a cultural, porque a gente aprendeu as histórias dos instrument­os”

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Gina Mardones
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Fotos:Gina Mardones Em meio a aplausos e pedidos de silêncio, os pequenos aprenderam,se divertiram e se encantaram

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