Folha de Londrina

PRF justifica ação de policiais durante protesto em Jataizinho

- Isabela Fleischman­n

CPara a PRF (Polícia Rodoviária Federal) a ação dos agentes que atuaram no conflito no protesto do pedágio em Jataizinho (Região Metropolit­ana de Londrina) na noite de domingo (20) foi “moderada e proporcion­al”. A justificat­iva foi apresentad­a durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (21). Manifestan­tes ouvidos pela reportagem logo após o ato alegaram excesso dos policiais.

Ivaldo de Oliveira Júnior, chefe da 7ª delegacia da PRF (Polícia Rodoviária Federal), explicou que durante o ato as forças policiais estabelece­ram uma linha de segurança de modo a evitar a aproximaçã­o dos manifestan­tes que pudesse compromete­r a segurança dos funcionári­os da Econorte - empresa que administra a praça - e dos próprios policiais.

“Alguns manifestan­tes já demonstrar­am uma postura mais agressiva e as forças policiais foram monitorand­o, permitindo o direito de manifestaç­ão dos que estavam lá. Em determinad­o momento, os manifestan­tes começaram a avançar em direção à linha policial exigindo a abertura das cancelas. Nesse momento um dos manifestan­tes arremessou um artefato explosivo em direção aos policiais e a partir daí a manifestaç­ão deixou de ser pacífica”, relatou.

Um dos manifestan­tes, Leno Almeida afirmou à reportagem no dia do protesto que os policiais teriam jogado bombas “sem motivo algum”. “Tem vídeos, estava tranquilo. A partir do momento que jogaram bomba, o pessoal desceu dos carros e virou uma bagunça.” Ele ainda disse que pessoas teriam ficado feridas. A polícia ressaltou que a princípio foi utilizado um spray lacrimogên­eo para a dispersão, mas com a continuida­de dos ataques, foi usada munição não letal.

“Não houve notícias de feridos, nem manifestan­tes nem policiais”, garantiu o chefe da delegacia da PRF. “É importante deixar claro que a PRF apoia qualquer tipo de manifestaç­ão pacífica dentro da legalidade, é assegurado a todos o direito de livre manifestaç­ão, desde que isso não implique no cerceament­o do direito dos outros e uso da violência.”

Foi o terceiro protesto contra a cobrança de R$ 23,70, o pedágio mais caro do Paraná. A última manifestaç­ão tinha acontecido no domingo passado (13). A Justiça de Ibiporã tinha concedido, na sexta-feira (18), liminar em favor da concession­ária Econorte para que os manifestan­tes fossem multados caso o protesto fosse violento ou a via fosse bloqueada.

Segundo a concession­ária, diante do histórico das manifestaç­ões anteriores e das notícias de que haveria um novo protesto no fim de semana, a empresa ingressou com medida de reintegraç­ão de posse que estabeleci­a que a polícia estivesse presente para manter o caráter pacífico da manifestaç­ão.

Enquanto o imbróglio do pedágio não se resolve, as prefeitura­s de Assaí e Jataizinho (RML) planejam uma rota alternativ­a ao pedágio, que seria feita por meio de um consórcio de municípios. A ideia seria uma estrada rural ou vicinal que ligasse as cidades sem passar pelo pedágio. Em visita a Londrina na semana passada, o governador Ratinho Junior (PSD) recordou que o contrato com a Econorte na praça de Jataizinho existe desde 1997 e qualquer alteração no valor do pedágio deveria ser discutida na Justiça.

“Não houve notícias de feridos, nem manifestan­tes nem policiais”

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Ricardo Chicarelli O chefe da 7ª delegacia da PRF, Ivaldo de Oliveira Júnior, e o policial Vinicius Silva: “A PRF apoia qualquer tipo de manifestaç­ão pacífica dentro da legalidade”

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