PRF justifica ação de policiais durante protesto em Jataizinho
CPara a PRF (Polícia Rodoviária Federal) a ação dos agentes que atuaram no conflito no protesto do pedágio em Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina) na noite de domingo (20) foi “moderada e proporcional”. A justificativa foi apresentada durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (21). Manifestantes ouvidos pela reportagem logo após o ato alegaram excesso dos policiais.
Ivaldo de Oliveira Júnior, chefe da 7ª delegacia da PRF (Polícia Rodoviária Federal), explicou que durante o ato as forças policiais estabeleceram uma linha de segurança de modo a evitar a aproximação dos manifestantes que pudesse comprometer a segurança dos funcionários da Econorte - empresa que administra a praça - e dos próprios policiais.
“Alguns manifestantes já demonstraram uma postura mais agressiva e as forças policiais foram monitorando, permitindo o direito de manifestação dos que estavam lá. Em determinado momento, os manifestantes começaram a avançar em direção à linha policial exigindo a abertura das cancelas. Nesse momento um dos manifestantes arremessou um artefato explosivo em direção aos policiais e a partir daí a manifestação deixou de ser pacífica”, relatou.
Um dos manifestantes, Leno Almeida afirmou à reportagem no dia do protesto que os policiais teriam jogado bombas “sem motivo algum”. “Tem vídeos, estava tranquilo. A partir do momento que jogaram bomba, o pessoal desceu dos carros e virou uma bagunça.” Ele ainda disse que pessoas teriam ficado feridas. A polícia ressaltou que a princípio foi utilizado um spray lacrimogêneo para a dispersão, mas com a continuidade dos ataques, foi usada munição não letal.
“Não houve notícias de feridos, nem manifestantes nem policiais”, garantiu o chefe da delegacia da PRF. “É importante deixar claro que a PRF apoia qualquer tipo de manifestação pacífica dentro da legalidade, é assegurado a todos o direito de livre manifestação, desde que isso não implique no cerceamento do direito dos outros e uso da violência.”
Foi o terceiro protesto contra a cobrança de R$ 23,70, o pedágio mais caro do Paraná. A última manifestação tinha acontecido no domingo passado (13). A Justiça de Ibiporã tinha concedido, na sexta-feira (18), liminar em favor da concessionária Econorte para que os manifestantes fossem multados caso o protesto fosse violento ou a via fosse bloqueada.
Segundo a concessionária, diante do histórico das manifestações anteriores e das notícias de que haveria um novo protesto no fim de semana, a empresa ingressou com medida de reintegração de posse que estabelecia que a polícia estivesse presente para manter o caráter pacífico da manifestação.
Enquanto o imbróglio do pedágio não se resolve, as prefeituras de Assaí e Jataizinho (RML) planejam uma rota alternativa ao pedágio, que seria feita por meio de um consórcio de municípios. A ideia seria uma estrada rural ou vicinal que ligasse as cidades sem passar pelo pedágio. Em visita a Londrina na semana passada, o governador Ratinho Junior (PSD) recordou que o contrato com a Econorte na praça de Jataizinho existe desde 1997 e qualquer alteração no valor do pedágio deveria ser discutida na Justiça.
“Não houve notícias de feridos, nem manifestantes nem policiais”