Folha de Londrina

A capivara de asas

- Marcos Losnak folhacidad­ania@folhadelon­drina.com.br

Nem todas as capivaras são animais insensívei­s. Nem todas são apenas bichos que chafurdam nos banhados. Nem todas são apenas roedores de bunda grande e olhos pequenos.

Algumas capivaras podem ser sensíveis. Algumas podem ser dançarinas, outras podem poetas, outras podem ser acrobatas, outras podem ser pintoras. Algumas capivaras podem até sonhar em se tornar pássaro e voar.

Essas capivaras incomuns recheiam “Queria Ser Alta Como Um Tuiuiú”, livro infantil do ilustrador francês Florence Breton publicada pela editora Companhia das Letrinhas.

A obra traz a história de uma capivara do Pantanal que deseja ser um pássaro. Admirada com a beleza das aves, resolve inventar meios para sair do banhado e ganhar os céus. Seu desejo é ser um tuiuiú. Para isso começa a andar de pernas de pau e pintar os pelos.

Em sua brincadeir­a de transforma­ção, recebe a ajuda de outras capivaras que igualmente começam a desejar ser pássaro e voar. Tudo parece divertido até perceberem que as aves, apesar de bonitas, não são exatamente aquilo que parecem ser. O urubu, por exemplo, é capaz de devorar a carniça de uma capivara. O martim-pescador, para se alimentar, precisa matar peixinhos. O tucano, para comer, precisa atacar ninho de outros pássaros. Logo as capivaras percebem que ser aquilo que não são pode não ser tão divertido assim.

Florence Breton é autor de duas outras obras infantis que também trazem animais da flora brasileira como personagen­s. Em “Tatus Tranquilos” (Cia. das Letrinhas, 2001) o autor traz as peripécias de uma comunidade de tatus que encontra um objeto estranho. Cada um dos indivíduos da comunidade acha que o objeto tem serventia para um objetivo específico e diferente. Com cada um defendendo sua visão particular do objeto, as relações da comunidade entram em colapso.

Em “O Cipó Branco” (Cia. das Letrinhas, 2006) Breton conta a história de um tamanduá que, cansado de viver no chão da floresta, resolve subir em uma árvore contrarian­do sua natureza. A cada galho que galga, descobre um mundo desconheci­do. Descobre novas plantas e novos animais, seres que habitam os altos galhos das árvores. Em sua aventura, o tamanduá tem acesso a uma fauna e flora que até então não tinha conhecimen­to.

“Queria Ser Alta Como Um Tuiuiú”

Autor – Florence Breton Editora – Companhia das Letrinhas

Tradução – Odilon Moraes Páginas –40

Quanto – R$ 42,90

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Reprodução

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