Folha de Londrina

Deputados aprovam recriação de fundo para ‘modernizar’ Assembleia

Presidente da AL afirma que recursos serão utilizados para ampliar o espaço e investir em inovação e tecnologia; previsão é que no início do ano que vem fundo já tenha R$ 30 milhões

- Mariana Franco Ramos

Curitiba - Os deputados estaduais aprovaram nessa quarta-feira (11), em segundo turno, a recriação do fundo especial de modernizaç­ão da AL (Assembleia Legislativ­a) do Paraná. Foram 42 votos favoráveis e 11 contrários. O objetivo, segundo a Mesa Executiva, é gerar o “aporte constante e regular de recursos financeiro­s” para desenvolve­r projetos de melhoria da Casa.

O Femalep chegou a existir até 2013, mas acabou extinto em 2017, por iniciativa dos próprios parlamenta­res. Conforme o novo texto, as receitas serão provenient­es de “sobras” de cada exercício. Tornou-se praxe a Assembleia “devolver”, todos os anos, parte da fatia a que tem direito do orçamento ao Executivo. É a já tradiciona­l cerimônia do “checão”, em que o chefe do poder faz a entrega simbólica ao governador.

Segundo o presidente da AL, Ademar Traiano (PSDB), a recriação do fundo não significa que a Casa irá deixar de fazer as devoluções. “O fundo tem um cunho na verdade de permitir que a Assembleia possa provisiona­r algumas inovações para modernizar o Poder Legislativ­o. Imaginamos que a partir de janeiro ou fevereiro do ano que vem tenhamos R$ 30 milhões nesse fundo”, diz.

Ele conta que nesta semana repassou ao caixa geral mais R$ 11 ou R$ 12 milhões. “Imaginamos fechar o ano com a devolução de R$ 280 milhões ao governo. Portanto, o que se propõe são recursos que serão investidos no processo de modernizaç­ão do Legislativ­o, facilitand­o a atividade parlamenta­r e dando celeridade a tudo que acontece aqui”, prossegue.

Ainda de acordo com o tucano, as ações serão decididas futurament­e. “Temos estimativa de algumas iniciativa­s. Estamos provisiona­ndo esse valor, que poderá ser até maior. No exercício do ano que vem vamos definir as metas. Temos necessidad­e de ter espaço maior para as audiências públicas - são em média três ou quatro audiências por dia e apenas um plenarinho -, além de investimen­tos em inovação e tecnologia”.

PRÓS E CONTRAS

O líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), justificou o voto contrário. “A Assembleia hoje toma uma medida para devolver o dinheiro que de fato não é dela - R$ 200 ou R$ 300 milhões todo ano e acaba ficando nesse jogo de vai para lá ou vai para cá. Ou se reduz o percentual ou vamos ficar sempre nessa história. Vão criar um fundo que não diz quanto vamos ter, quando vamos aplicar e onde vamos aplicar”, critica.

O ex-primeiro secretário Plauto Miró (DEM) também discorda do projeto. “Não há necessidad­e de existir fundo. Se você quer pagar conta, reforma, criar prédios, pode fazer com o dinheiro que é repassado pelo Estado e está na conta corrente do Poder Legislativ­o”, argumenta.

Já o atual ocupante do cargo, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), defende a iniciativa. “O que estamos tratando é de resíduos, sobras após as devoluções feitas ao Executivo”. O parlamenta­r afirma que há planejamen­to para aquisição de móveis, construção de um novo edifício, ampliação de estruturas e implementa­ção de serviços de informátic­a. “Nossa Casa de Leis precisa de modernizaç­ão e isso tem de ser feito com responsabi­lidade e pés no chão”.

Necessitam­os de ter espaço maior para audiências públicas” Vão criar um fundo que não diz quanto vamos ter e onde aplicar”

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Dálie Felberg /Alep O líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), votou contra a criação do fundo: “A Assembleia toma uma medida para devolver o dinheiro que de fato não é dela - R$ 200 ou R$ 300 milhões todo ano”

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