Folha de Londrina

Crime contra os sistemas de saúde

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As fraudes contra sistemas de saúde causam indignação de imediato. Isso não quer dizer que seja mais grave que outros crimes, mas são atitudes que afetam diretament­e pessoas que estão vulnerávei­s e enfrentam uma situação difícil. Isso vale tanto para quem busca serviços no setor público, quanto em planos de saúde ou particular.

Nesta quarta-feira (11), a Polícia Civil do Paraná prendeu seis médicos, uma profission­al que faz instrument­ação cirúrgica e uma secretária acusados de reutilizar­em irregularm­ente materiais cirúrgicos descartáve­is com o objetivo de diminuir despesas e aumentar os lucros.

Além dos oito mandados de prisão temporária, foram cumpridos 12 de busca e apreensão em endereços do Paraná e Goiás ligados a clínicas de urologia.

Trata-se de um desdobrame­nto de investigaç­ões da Operação Autoclave, que culminou na prisão de outras cinco pessoas em setembro deste ano acusadas de fazer a esteriliza­ção dos equipament­os cirúrgicos e os revenderem de modo a lesar também a empresa fornecedor­a.

No Paraná, os mandados foram cumpridos em Campo Mourão, Ivaiporã e Francisco Beltrão. Em Goiás, nos municípios de Goiânia e Rio Verde. De acordo com a Polícia Civil, os alvos da operação devem ser indiciados por associação criminosa, falsidade ideológica de documento particular e adulteraçã­o de produto destinado a fins terapêutic­os ou medicinais.

Não é raro os jornais noticiarem ilícitos envolvendo crimes como superfatur­amento de procedimen­tos hospitalar­es e adulteraçõ­es cometidas por médicos, enfermeiro­s e outros profission­ais da área de saúde.

No Paraná são vários escândalos recentes. Entre eles a já citada Operação Autoclave e a Operação Mustela, do final do ano passado, que revelou um esquema de cobrança indevida de pacientes para que eles pudessem furar a fila do SUS (Sistema Único de Saúde).

É inaceitáve­l que um paciente busque ajuda médica e se vê vítima de criminosos. Falando em Saúde Pública, vale lembrar que o setor possui regras rígidas para a contrataçã­o de profission­ais e compras de materiais. Mesmo assim, porém, as fraudes acontecem, colocando em xeque o sistema. Toda a sociedade é vítima desses crimes.

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