“Medidas são válidas, mas paliativas”
O economista e colunista da FOLHA Marcos Rambalducci avalia que as medidas anunciadas pelos governos federal e estadual são válidas, mas são paliativas e têm um prazo de efetividade. “Essas medidas são fundamentais, mas não são suficientes. É preciso um programa de flexibilização e retorno à normalidade e de maneira um pouco mais acelerada.”
Rambalducci lembra que nem todas as pessoas têm acesso à internet e conseguem trabalhar de casa, e mesmo que o governo ofereça crédito e dê prazo para que as empresas possam arcar com suas obrigações, cedo ou tarde a dívida terá de ser paga. Passado esse prazo, pode haver demissões. “Esse processo de demissão é inerente à situação. Se você não tem como pagar, tem que demitir. Se você não afrouxar e permitir que a pessoa seja recolocada no processo produtivo, vai ter um sujeito desempregado e um patrão endividado.”
Para o presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Fernando Moraes, o pacote econômico anunciado nesta sexta-feira (27) pelo governador do Paraná vai ajudar o empresariado. Mas ele diz ainda aguardar providências em relação aos tributos municipais e mais medidas federais relacionadas ao PIS Cofins e linhas de crédito mais fortes que beneficiem também o médio e grande empresário.
“O grande problema é que o empresário já vem de cinco anos de uma crise muito grande. Ele não tem caixa e além de tudo não tem muito crédito. Já vem tomando muito crédito e está numa dificuldade muito grande. O empresariado precisa dessa tranquilidade para aí poder fazer a quarentena e no momento certo abrir com cautela.”