Folha de Londrina

Bolsonaro sanciona ajuda a estados e veta reajustes para o funcionali­smo

Paraná vai receber cerca de R$ 1,9 bilhão que, segundo o governador Ratinho Junior, ajuda mas não resolve o problema. Sanção do presidente congela salários de servidores públicos até o fim do ano que vem

- Larissa Ayumi Sato

O presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos a lei de socorro aos estados e municípios. O prazo final era até esta quarta-feira (27). A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quinta (28).

Após dar aval a deputados e senadores para manter reajuste mais amplo para servidores, o presidente atendeu a apelo do ministro Paulo Guedes (Economia) e congelou os salários até o fim de 2021.

A suspensão do aumento de vencimento­s do funcionali­smo de municípios, estados e União era contrapart­ida exigida por Guedes para ajudar os entes da Federação a enfrentar os efeitos do coronavíru­s.

O Congresso agora pode manter ou derrubar os vetos de Bolsonaro. Porém, na tramitação do texto, deputados e senadores haviam poupado do congelamen­to de salários uma gama ampla de servidores.

Entre as categorias beneficiad­as estavam civis e militares, como professore­s, médicos, enfermeiro­s, profission­ais de limpeza urbana, agentes funerários, policiais e as Forças Armadas.

A decisão, segundo projeção da equipe de Guedes, reduziria para R$ 43 bilhões a economia com o congelamen­to. Inicialmen­te, eram previstos R$ 130 bilhões.

Antes de sancionar a lei, o governo acelerou, porém, medidas para beneficiar policiais –base bolsonaris­ta–, a fim de livrá-los das travas ao aumento salarial.

Prefeitos e governador­es tinham pressa em razão da queda de arrecadaçã­o provocada pela retração econômica. O distanciam­ento social tem afetado as atividades.

A versão final do texto foi aprovada pelo Senado em 6 de maio. O pacote de ajuda chega a R$ 125 bilhões durante a crise da Covid-19. O socorro vale por quatro meses.

PARANÁ

Municípios e estados receberão R$ 60 bilhões em repasses diretos ao longo do programa. Os recursos impactarão o Orçamento da União.

Ratinho Junior detalhou que as perdas de recursos do Paraná com a pandemia estão em torno de R$ 3,6 bilhões, e o Paraná deve receber aproximada­mente R$ 1,9 bilhão do socorro federal.

“Todo recurso repassado para o Estado ajuda bastante. Mas vai faltar ainda muito dinheiro para conseguir ‘tapar o buraco’. Mas estamos fazendo lição de casa: ‘enxugando a máquina’ onde podemos enxugar, segurando secretaria­s nos investimen­tos que estavam no cronograma deste ano mas que não eram a prioridade como é a Educação, a Saúde, a Segurança, e também o combate à Covid-19”, esclareceu.

Portanto, para Ratinho, o foco hoje é manter a máquina pública, pagar os salários dos servidores e, acima de tudo fazer o enfrentame­nto do coronavíru­s com a estrutura que está sendo montada há um bom tempo na Saúde. “Nós vamos trabalhar para chegar no final do ano no zero a zero, mas com muita dificuldad­e, não será tão simples, mas eu acredito e confio na competênci­a da nossa equipe para tentar amenizar esse problema”, detalhou.

No que diz respeito aos municípios, o governador lembrou que também estão fazendo essa mesma gerência de “enxugar” o máximo possível. “O Governo do Estado permitiu que, quanto aos empréstimo­s de obras que os municípios tinham com a Fomento Paraná, até dezembro não vão precisar pagar. São alguns milhões de reais dos municípios do Paraná que tinham esse débito, era sacado do caixa dos municípios, e nós estamos dando esse fôlego para, de alguma maneira, amenizar”, afirmou.

“Nosso grande objetivo com essas obras que estão acontecend­o, como as obras da leniência, estamos captando recursos de um empréstimo de R$ 1,6 bilhão mais obras no Estado, é justamente fazer com que a infraestru­tura possa gerar mais empregos”, pontuou. (Com Folhapress)

“Todo recurso ajuda bastante. Mas vai faltar ainda muito dinheiro para conseguir ‘tapar o buraco’”

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Edu Andrade/Fatopress/Folhapress
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Marcos Corrêa/PR Na terça (26), Bolsonaro publicou uma MP autorizand­o reajuste para policiais civis, militares e bombeiros do Distrito Federal. O custo para a União é estimado em R$ 500 milhões

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