Folha de Londrina

A quarentena de Angelita

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Para Angelita Niedziejko, o período de dificuldad­es leva à criativida­de. “Somos estimulado­s a sair do comodismo”. Nesta entrevista à FOLHA, a fotógrafa fala da rotina em casa, descoberta­s esportivas e sobre como se adaptar em meio a tantas mudanças. A foto foi feita pelo filho, Mateus Niedziejko. Confira.

Como tem sido este período? Minha quarentena tem sido mais corrida do que a vida anterior: os serviços da casa acabam tomando muito tempo do dia, acho que nunca cozinhei tanto. Apesar de bastante cansativo, este momento tem me proporcion­ado bons momentos em família, também.

E em relação ao trabalho?

Com os ensaios cancelados, voltei minha atenção em produzir conteúdo específico para um site americano de venda de imagens do qual sou colaborado­ra há bastante tempo, mas na correria dos ensaios não tinha tempo para me dedicar mais a esse segmento. Com a alta do dólar, acaba sendo uma ótima alternativ­a para a renda em meio à crise. Também estou fazendo alguns cursos on-line na área da fotografia.

De que mais sente falta?

Nesse tempo, o que mais sinto falta é de poder ir à igreja e comungar, mas assisto às missas on-line e faço minha comunhão espiritual. Jogar tênis, uma paixão, tem me feito bastante falta também, mas pelo fato de não poder

jogar, voltei a pedalar com meu marido, que faz mountain bike há bastante tempo. Agora, já temos até planos de quando tudo isso passar programarm­os viagens de bike juntos. Estou bem animada com a ideia, só preciso treinar muito mais. Eis aí um bom fruto desta quarentena...

E quais são seus planos?

Não sou muito organizada para projetos e planos futuros, mas esse tempo nos permite refletir mais sobre nossos desejos e sonhos. Meus desejos são viajar e este é um desejo constante. Tenho uma grande vontade de fazer, um dia quem sabe, uma exposição individual com minhas fotografia­s autorais e de viagens, outro grande desejo é fazer uma nova edição do projeto de oficina de fotografia “Olhares Nova Esperança”, que fiz em 2017 com a ajuda de duas amigas para crianças dos bairros Nova Esperança e União da Vitória. Com certeza, um dos maiores presentes que já ganhei foi tudo que vivenciei com essa experiênci­a. Fora isso, tenho aquele desejo da minha vida como era de volta, minha rotina, liberdade... com os aprendizad­os e frutos deste período, o que é bom.

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