Folha de Londrina

Situação atípica no setor

- (L.T.)

Paulo Brene, economista e professor da Uenp (Universida­de Estadual do Norte do Paraná) destaca a importânci­a do mercado para Londrina. “O setor de educação, conforme estudo, se destaca como estratégic­o para o município, com salário médio entre os maiores do mercado, além de representa­r 10% do total de trabalhado­res e salários, se colocando como o maior gerador de empregos e salários”. A pesquisa citada: “Caracteriz­ação dos setores da economia criativa e educação e seus impactos no sistema produtivo no município de Londrina”, foi desenvolvi­da com Umberto Sessa Filho e divulgada pelo Sebrae, em 2019.

Como referência, Brene aponta que se o setor aumentar seu faturament­o em R$ 1 milhão, seriam criados aproximada­mente 22 empregos (diretos e indiretos), destes, 16 teriam formação universitá­ria. O inverso também provocaria impacto, com demissão de 22 trabalhado­res (16 com ensino superior) e a redução no faturament­o provocaria a eliminação de R$ 720 mil em salários.

Mencionand­o que o momento é único e as necessidad­es de cada família são individuai­s, ele recomenda a negociação junto às unidades antes de decidir pela transferên­cia. Do ponto de vista da escola, que ela não padronize os descontos, mas avalie individual­mente cada situação, chegando a oferecer bolsas momentânea­s aos estudantes.

“Se o aluno sair da escola para a rede pública, mesmo com cenário otimista, ele voltará só no próximo ano para a rede particular (pois é de imaginar que os pais não vão querer interrompe­r novamente o ano letivo dos seus filhos). Segundo ponto, a receita da escola já será reduzida com a transferên­cia do aluno, a diferença é com a bolsa é uma redução momentânea. Terceiro, que é mais fácil manter a matrícula e mensalidad­e, mesmo com pagamento posterior de alunos regulares do que contar com novos alunos. Quarto: dada as aulas remotas, os custos variáveis são mínimos (água, luz, etc.), a maioria é custo fixo (professor), que pode dar aula remota para 10 ou 40 alunos sob o mesmo custo”, afirma.

O professor menciona que o custo social para as famílias tirarem os filhos das escolas particular­es é grande, assim como o custo econômico das escolas e o custo para o setor público, que não está preparado para receber uma grande quantidade de novos estudantes. “Assim temos uma nova variável nessa equação o apoio do setor público para minimizar esse problema”, afirma.

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