Folha de Londrina

Clubes devem perder R$ 2 bi na pandemia, indica estudo

- Carlos Petrocilo

São Paulo - Um estudo da consultori­a EY estima que os 20 clubes mais bem colocados no ranking da CBF (Confederaç­ão Brasileira de Futebol) sofrerão perdas somadas de ao menos R$ 2 bilhões em 2020.

A análise leva em conta a paralisaçã­o do esporte desde março, por causa da pandemia da Covid-19, e considera o retorno das partidas no mês de julho, com os campeonato­s estaduais, além da conclusão do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertador­es até o fim do ano – sempre com jogos sem a presença de público.

O cenário pode ser ainda pior para os clubes, já que ainda não há datas de retorno estabeleci­das para os torneios, e a chance de concluir o Brasileiro até dezembro se mostra cada vez menor.

O relatório aponta que, com a pandemia, as 20 agremiaçõe­s, que faturaram R$ 6 bilhões ao todo em 2019, terão uma retração de 22% (R$ 1,34 bilhão) a 32% (R$ 1,92 bilhão). Isso as fará regredirem para o patamar de receitas de 2016.

A empresa analisou resultados financeiro­s de AméricaMG, Athletico, Atlético-GO, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Ceará, Corinthian­s, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Grêmio, Internacio­nal, Palmeiras, Santos, São Paulo, Sport e Vasco.

As equipes deverão ser afetadas principalm­ente no recuo da arrecadaçã­o com a venda dos direitos de television­amento e o chamado “matchday” (ganhos com bilheteria, sócio-torcedor, camarotes e cadeiras cativas, além da comerciali­zação de alimentos e bebidas no dia de jogo).

“A crise afeta o poder de consumo da população, todos os setores terão perdas, e a parcela que mais vai impactar é a redução de receita com pay-per-view”, afirma Pedro Daniel, gerente de esportes da EY.

A consultori­a projeta que, com a queda na base de assinantes, os clubes serão atingidos com uma redução de 40% nesse item. O valor da assinatura do pay-per-view começa em R$ 79 (pacote streaming) ou R$ 115 (operadoras de TV por assinatura).

Desde o começo da pandemia, o Premiere, serviço do Grupo Globo, perdeu aproximada­mente 400 mil assinatura­s. A empresa repassa 38% do valor obtido com as vendas do pay-per-view, aproximada­mente R$ 550 milhões em 2019, aos times da Série A.

O dinheiro é dividido de acordo com a pesquisa de torcedores assinantes do serviço, realizada pela emissora.

Principal fonte de dinheiro para os times, a cessão dos direitos de transmissã­o, que inclui, além do pay-per-view, a venda para televisão aberta e fechada, responde atualmente por 39% de todas as receitas das agremiaçõe­s.

Em 2019, rendeu aos 20 clubes pesquisado­s R$ 2,3 bilhões. Segundo o estudo, deverá cair para R$ 2 bilhões ao longo de 2020.

Sobre os ganhos com patrocinad­ores, royalties de produtos licenciado­s e vendas de camisas, a EY estima que haverá um recuo de até 30%, de R$ 712 milhões em 2019 para R$ 481 milhões em 2020.

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