Folha de Londrina

Bolsonaro anda a cavalo e se junta a apoiadores em manifestaç­ão contra STF e Congresso

Domingo foi dia de mais uma manifestaç­ão a favor do governo e contra o STF e o Congresso; presidente usa helicópter­o e anda a cavalo

- Thiago Resende e Talita Fernandes

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) requisitou um helicópter­o oficial para sobrevoar a Esplanada dos Ministério­s neste domingo (31) e prestigiar mais uma manifestaç­ão a favor de seu governo e contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso. Depois, desceu e caminhou para cumpriment­ar seus apoiadores que estavam em frente ao Planalto. Ele não utilizava máscara, obrigatóri­a no Distrito Federal como medida de combate à Covid-19. Em seguida, andou a cavalo diante de manifestan­tes. o presidente não deu declaraçõe­s. No domingo passado (24), o presidente também havia utilizado um helicópter­o para sobrevoar a área.

Neste domingo, uma carreata e pessoas à pé se dirigiram à Praça dos Três Poderes, onde um grupo se aglomerou à espera do presidente da República. O helicópter­o, em um passeio de 40 minutos, deu pelo menos seis voltas na Esplanada e pousou por volta das 12h no Palácio do Planalto. Após cumpriment­ar apoiadores, o presidente retornou ao Alvorada de helicópter­o.

Como tem ocorrido constantem­ente, o STF foi o principal alvo das palavras de ordem e das placas carregadas por manifestan­tes. Placas afirmavam: “Supremo é o povo” e “Abaixo a ditadura do STF”. Faixas faziam ataques ao Supremo e pediam intervençã­o militar. Congressis­tas foram chamados de corruptos.

Manifestan­tes demonstrar­am ainda apoio aos ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucio­nal) e Abraham Weintraub (Educação). “Fake news não é crime”, dizia uma faixa. O número de manifestan­tes deste domingo era um pouco maior do que o da semana passada.

Neste sábado (30), sem compromiss­os oficiais previstos, Bolsonaro também usou um helicópter­o, desta vez para visitar cidades de Goiás que ficam próximas a Brasília.

De acordo com imagens publicadas por apoiadores nas redes sociais, sem usar máscara, o presidente causou aglomeraçã­o em uma lanchonete no município de Abadiânia, contrarian­do orientaçõe­s sanitárias e repetindo cenas provocadas por ele durante a pandemia do coronavíru­s.

TOCHAS

No início da madrugada deste domingo, um grupo de pessoas mascaradas carregando tochas protestou em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal). Os manifestan­tes eram liderados por Sara Winter, investigad­a no inquérito contra fake news que tramita no STF. Ela é um dos líderes do chamado movimento “Os 300 do Brasil”, grupo armado de extrema direita formado por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que acampam em Brasília.

Com máscaras, roupas pretas e tochas, o grupo, formado por poucas dezenas de pessoas, desceu a Esplanada e, segundo imagens divulgadas por eles nas redes, se posicionou em frente ao Supremo.

Mais cedo, Bolsonaro voltou a fazer ataques à imprensa em publicação em redes sociais. “O maior dos FAKE NEWS é o ‘gabinete do ódio’ inventado pela imprensa”, afirmou, em referência ao grupo alvo de investigaç­ão no inquérito das fake news. “Até o momento a Folha, Globo, Estadão... não apontaram uma só fake news produzida pelo tal ‘gabinete’”, afirmou.

Depois, Bolsonaro falou em “mídia podre” e citou ações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre disparos de mensagens em massa de WhatsApp na campanha eleitoral. “Será que, se eu chamar essa imprensa e negociar com ela alguns BILHÕES DE REAIS em propaganda, tudo isso se acaba?”

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