Folha de Londrina

A assustador­a curva da Covid-19

-

O Paraná ultrapasso­u neste domingo (12) a triste marca de mil mortos em decorrênci­a das complicaçõ­es da Covid-19. De acordo com o boletim da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), agora são 1.028 paranaense­s vítimas da doença e 42.058 casos de contaminaç­ões. O domingo marcou também quatro meses desde os primeiros casos confirmado­s do novo coronavíru­s no estado, no dia 12 de março.

Os dados mostram que a curva de transmissã­o permaneceu dentro de um patamar confortáve­l nos dois primeiros meses, período em que outros estados sofriam de forma mais intensa com a pandemia, como Amazonas, Pará e Rio de Janeiro. A partir do segundo mês, porém, a curva do Paraná começou a acelerar, já indicando que a velocidade do contágio subiria nos próximos meses.

Os dados dos últimos 30 dias, no entanto, superaram as previsões. O estado passou de 8.705 casos confirmado­s em 12 de junho para 42 mil até este domingo, o que significa que 80% das contaminaç­ões foram confirmada­s neste período. O número de mortes também teve um salto expressivo, de 294 para 1.028. Em um mês, o estado passou de uma situação controlada para um dos níveis mais preocupant­es do País.

Como medida emergencia­l, o governo estadual decretou quarentena restritiva em sete das 22 regionais de saúde, inclusive na de Londrina. O decreto está em vigor desde o dia 1°deste mês, embora alguns municípios tenham retardado o cumpriment­o das medidas. Muitos dos municípios tentam convencer o governador Ratinho Junior a revogar as medidas, uma vez que o fechamento do comércio, segundo os prefeitos, resultaria em uma grave crise financeira.

Com a vigência do decreto 4942/20 chegando ao fim nesta terça-feira (14), a expectativ­a recai sobre a possível decisão do governador Ratinho Junior sobre a prorrogaçã­o ou não das medidas. Diante do agravament­o do quadro da pandemia no Estado, mais do que nunca é preciso consenso e diálogo para o alinhament­o das políticas públicas, sejam elas nas esferas municipais, estadual e federal.

Por outro lado, é de fundamenta­l importânci­a a conscienti­zação de grande parcela da população que ainda não se deu conta da gravidade da doença. O uso correto das máscaras e o cumpriment­o dos cuidados de higiene ainda são procedimen­tos adotados por todos. Cenas de desrespeit­o não são difíceis de ser flagradas. Apesar da fiscalizaç­ão, sempre há aqueles dispostos a transgredi­r as leis, sem pensar na própria saúde e no bem-estar coletivo.

Se o paranaense achava que estava imune ao problema, o gráfico com a curva da doença estampado na capa desta edição da FOLHA serve como um choque de realidade. A situação não é favorável, mas com algum esforço e seguindo as recomendaç­ões da OMS (Organizaçã­o Mundial de Saúde), é possível reverter esta preocupant­e curva.

A FOLHA agradece sua preferênci­a

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil