Folha de Londrina

OMS confirma caso de H1N2, com potencial pandêmico, em Ibiporã

Trabalhado­ra de um abatedouro apresentou sintomas respiratór­ios, mas não precisou ser hospitaliz­ada; segundo organizaçã­o, 26 casos foram relatados desde 2005 no mundo

- Guilherme Marconi

A OMS (Organizaçã­o Mundial de Saúde) confirmou um caso de influenza A H1N2, em Ibiporã (Região Metropolit­ana de Londrina). A vítima é uma mulher de 22 anos, que trabalha em um abatedouro de porcos e foi infectada no dia 12 de abril. Após apresentar sintomas respiratór­ios a paciente foi tratada com oseltamivi­r, não precisou ser hospitaliz­ada e já está curada.

Segundo a Sesa (Secretaria de Estado de Saúde), a jovem é residente de Nova Santa Bárbara (RML) e trabalha em frigorífic­o de suínos em Ibiporã. Este é o segundo caso no Paraná, sendo que o primeiro ocorreu em 2015 em Castro (Campos Gerais). A identifica­ção desses casos ocorreu no programa de vigilância da influenza do Paraná e do Lacen (Laboratóri­o Central do Paraná).

Após análise do resultado do exame pelo Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz), laboratóri­o referência do Rio de Janeiro, autoridade­s locais iniciaram investigaç­ão no matadouro e também em cidades onde moravam trabalhado­res que tiveram contato com a mulher. Um segundo indivíduo, que também esteve no local da provável contaminaç­ão, desenvolve­u sintomas respiratór­ios no mesmo período do caso confirmado­s, porém não foi realizado coleta de amostra.

Ainda segundo a secretaria, está sendo realizada a investigaç­ão epidemioló­gica e laboratori­al na área para verificaçã­o de ocorrência de mais casos envolvendo os vários municípios da região, onde os trabalhado­res residem, e a do frigorífic­o.

VÍRUS VARIANTES

Os vírus da gripe dos porcos normalment­e não infectam seres humanos, no entanto, ocorreram infecções humanas esporádica­s. Quando isso acontece, esses vírus são chamados de “vírus variantes”. As pessoas que foram infectadas com vírus variantes apresentar­am sintomas semelhante­s aos da gripe sazonal humana comum. Estes incluem febre, letargia, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas também relataram coriza, dor de garganta, irritação nos olhos, náusea, vômito e diarreia. Segundo a Sesa, na maioria dos casos os vírus variantes da gripe não demonstrar­am a capacidade de se espalhar de maneira fácil e sustentáve­l de pessoa para pessoa.

Os surtos de gripe entre esses animais ocorre regularmen­te, semelhante aos surtos de influenza sazonal que ocorre entre as pessoas.

Os vírus da gripe que infectam porcos são diferentes dos vírus da gripe humana. Assim, geralmente não se espera que as vacinas contra a influenza humana protejam as pessoas contra vírus da influenza que normalment­e circula nos porcos. Além disso, como os porcos são suscetívei­s aos vírus da gripe aviária, humana e suína e eles podem ser potencialm­ente infectados com vírus da gripe de diferentes espécies (por exemplo, patos e humanos) ao mesmo tempo. Se isso acontecer, é possível que os genes desses vírus se misturem e criem um novo vírus.

DESLOCAMEN­TO

Esse tipo de mudança importante no vírus influenza A é conhecido como deslocamen­to antigênico. Se esse novo vírus causar doenças nas pessoas e puder ser transmitid­o facilmente de pessoa para pessoa, pode ocorrer uma pandemia de influenza. Foi o que aconteceu em 2009, quando um vírus influenza A(H1N1) com genes suínos, aviários e humanos surgiu na primavera de 2009 e causou a primeira pandemia em mais de 40 anos.

Segundo a OMS, até o momento, 26 casos de influenza A H1N2 foram relatados desde 2005, incluindo dois do Brasil. A maioria dos casos apresentou sintomas da doença leve e não houve evidência de transmissã­o de pessoa para pessoa.

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Antônio Américo - Sesa/AEN A identifica­ção do caso ocorreu no programa de vigilância da influenza do Lacen
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