Estudo é essencial e saúde mental também
A área de educação sofreu um grande impacto com a pandemia do novo coronavírus, pois as escolas fecharam, estudantes e professores estão tendo que reinventar novas maneiras de ensinar e aprender e o convívio social tão importante no ambiente escolar se perdeu de um dia para outro. Tudo isso em meio à uma série de incertezas.
Com todas essas transformações, a divulgação das novas datas do Enem para janeiro traz um certo clima de normalidade, mas a saúde mental de ninguém é a mesma e, nesse sentido, os especialistas dão um alerta: é preciso estudar, mas também cuidar do emocional.
ENERGIA
A psicóloga escolar Evelyn Cristina Guelfi, de Londrina, diz que o fato de todos terem que se adaptar a uma nova rotina e também não ter o controle sobre tudo o que está acontecendo aumenta em muito o nível de ansiedade e medo. “Com o Enem lançado, começa a despertar uma nova esperança e um misto de pensamentos. Por isso, é preciso incluir na rotina momentos de atividades que vão ajudar a ter um equilíbrio melhor em casa, seja uma atividade física, tocar um instrumento, pintar. Não funciona estudar o tempo todo e isso vale também para aqueles que não encontram energia para estudar. Buscar dentro de nós os fatores que nos motivam”.
‘É MAIS DIFÍCIL’
Para Guilherme Eduardo Morais Ferreira, 18, que fará o Enem pela segunda vez em busca de uma vaga em jornalismo na UEL (Universidade Estadual de Londrina), manter o objetivo bastante claro na cabeça tem o ajudado a continuar os estudos no dia a dia. “Estudar somente em casa pelas aulas remotas é mais difícil e existem vários ‘porquês’. O primeiro é depender exclusivamente de você para montar uma rotina, se organizar, organizar o ambiente de estudo e se manter dedicado. Tem o fato de as aulas remotas serem muito diferentes das presenciais, o contato e a proximidade com os amigos e com os professores realmente fazem falta. Sem contar a facilidade de perder a concentração, o estresse, a autocobrança, a ansiedade e a dependência da internet para acessar as aulas”, detalha.
O professor Nilson Douglas Castilho, tem procurado tranquilizar os estudantes. “A prorrogação do Enem abriu uma brecha para todo mundo trabalhar os conteúdos de forma mais tranquila, mesmo que de forma remota. Então, podemos pensar que estamos tendo uma oportunidade a mais para estudar. Mas evite ficar o dia inteiro estudando. É importante ter uma rotina de cuidado pessoal”, comenta o coordenador do ensino médio no Colégio Marista em Londrina.
INTERDISCIPLINAR
A professora de física Simone Aparecida Prins, da equipe do Colégio Londrinense que ajuda os alunos com seus planos de estudo, lembra que o Enem tem uma característica interdisciplinar.
“Já que estamos em uma pandemia, os alunos devem ficar atentos a questões contextualizadas. Por exemplo, em matemática pode surgir uma questão de função exponencial porque estamos vendo os gráficos da pandemia”, observa a docente. “Vale lembrar que a atualidade sempre surge no Enem. São questões contextualizadas com nosso dia a dia”, acrescenta Prins.
(M.O.)