PIB cai 9,7% e Brasil tem maior recessão desde o final de 2009
Bolsonaro anunciou que serão pagas mais quatro parcelas no novo valor; medida provisória com prorrogação será enviada para votação no Congresso
Forte queda é referente ao segundo trimestre do ano, o mais afetado pelos efeitos da pandemia. Guedes cita recuperação e diz que cenário atual é melhor. Governo confirma auxílio emergencial de R$ 300 até dezembro
Brasília
- O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira (1º) que o auxílio emergencial será reduzido para R$ 300 e que o novo valor será concedido por quatro meses. A quantia representa metade da concedida nos primeiros cinco meses do programa.
O valor e o período de extensão do benefício foram definidos na segunda-feira (31), em reunião entre Bolsonaro com o ministro da Economia, Paulo Guedes. No encontro, o ministro, que defendia novas parcelas de R$ 200, cedeu ao presidente.
Nesta terça, o presidente se reuniu, no Palácio da Alvorada, com líderes partidários para defender que o valor não seja alterado pela Câmara. Para estabelecer o novo valor, o presidente enviará uma medida provisória ao Congresso.
Isso porque a lei que rege o auxílio emergencial permite a prorrogação por ato do Executivo sem a necessidade de validação do Legislativo, mas desde que fosse mantido o valor original de R$ 600.
“Nós resolvemos prorrogá-lo por medida provisória até o final do ano. E o valor, como vínhamos dizendo, é muito para quem paga”, disse Bolsonaro. “Nós decidimos aqui, atendendo a economia, em cima da responsabilidade fiscal, fixá-lo em R$ 300”, acrescentou.
O presidente fez o anúncio à imprensa no Palácio da Alvorada. Com a exceção de Guedes, que só a retirou para discursar, os demais participantes não usaram máscara durante a conversa com jornalistas.
O anúncio foi feito simultaneamente à divulgação da retração inédita de 9,7% no PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre. Questionado pela reportagem, o presidente se recusou a comentar a queda da atividade econômica.
No anúncio, estavam ao lado do presidente, além de integrantes da equipe de governo, dirigente do centrão, como o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI).
“Existe hoje uma sintonia muito grande entre Executivo e Legislativo para que a gente possa retomar a agenda de reformas”, disse o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra.