Esse é o barulho do raio que caiu em abril, diz Guedes
Brasília
- O ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou nesta terça-feira (01) a queda do PIB (Produto Interno Bruto) ao “barulho de um raio” que caiu no passado.
No segundo trimestre, a economia brasileira registrou uma retração inédita de 9,7% na comparação com os três meses anteriores, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
“Isso é lá atrás. Isso é um impacto de lá atrás. Nós estamos decolando em V”, disse o ministro ao ser questionado pela Folha de S.Paulo. “Esse é o barulho do raio que caiu em abril”, acrescentou.
O ministro falou rapidamente com a imprensa após anúncio pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da prorrogação do auxilio emergencial por mais quatro meses. Perguntado, o presidente se recusou a comentar a queda da atividade econômica.
Nesta terça-feira (01), o vice-presidente Hamilton Mourão também disse que a queda da atividade econômica “estava na conta”. Segundo ele, o resultado do terceiro trimestre deve apresentar um crescimento de cerca de 5%.
“Essa queda já estava prevista e estava na conta. A gente já sabia que isso ia acontecer. Por conta da pandemia, estava precificado”, afirmou. “Agora, a partir do segundo semestre, nós sabemos que vamos começar um movimento mais vigoroso de retomada”, acrescentou.
Nota técnica divulgada pelo Ministério da Economia nesta terça afirma que a atividade no Brasil retraiu menos do que em outros países e já está em processo de recuperação.
Documento produzido pela Secretaria de Política Econômica da pasta argumenta que a retração é uma das menores entre “as principais economias”. Segundo o estudo, a queda média no grupo das sete maiores economias do mundo foi de 11,9% no período, enquanto os dados foram de -13,7% no Chile, -19% no México e 23,9% na Índia.
“O resultado do PIB do segundo trimestre mostra a forte retração da atividade econômica, resultado da pandemia que assola a grande maioria dos países. No entanto, as medidas de preservação de emprego e manutenção da renda limitaram a deterioração mais aguda da economia”, afirma.