Folha de Londrina

Promotoria defende testagem em massa de policiais penais

MP pode fazer vistoria em unidades para verificar proteção de funcionári­os e detentos

- Vitor Struck

Até o último dia do mês de agosto, a Covid-19 contaminou 631 pessoas privadas de liberdade no sistema penal do Paraná, o que representa apenas 27% dos casos notificado­s pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) desde o início da pandemia. Já em Londrina, conforme noticiou a FOLHA, um surto chegou a ser registrado no Creslon (Centro de Reintegraç­ão Social de Londrina) e, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 129 internos tiveram o diagnóstic­o confirmado. Além disso, o governo do Paraná confirmou que mais uma penitenciá­ria registrou surto da doença, sem quadros respiratór­ios graves ou óbitos.

Diante de um cenário epidemioló­gico que aponta expansão do vírus Sars-CoV-2 na cidade e da superlotaç­ão carcerária registrada no Paraná, o promotor Eduardo Diniz, responsáve­l pela 13ª Promotoria de Justiça de Londrina, protocolou um Pedido de Providênci­as ao Depen (Departamen­to Penitenciá­rio do Paraná). No documento, ao qual a FOLHA teve acesso, Diniz defende que todos os policiais penais sejam testados, “principalm­ente dos estabeleci­mentos de regime fechado”, destacou.

Entretanto, o principal pedido é para que a Coordenado­ria Regional do Depen se manifeste com urgência sobre quais medidas vêm sendo tomadas no âmbito administra­tivo para a contenção da doença em outras unidades penais da cidade. Além disso, diante de eventuais divergênci­as nas informaçõe­s relacionad­as à oferta de EPIs (Equipament­os de Proteção Individual) informadas pelo Depen em comparação com as que chegaram ao MP através de denúncia, uma verificaçã­o poderá ser realizada pela própria Promotoria ao lado do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária nas penitenciá­rias. Como a situação do Creslon está sendo avaliada separadame­nte, neste pedido as informaçõe­s cobradas estão relacionad­as a outros cinco estabeleci­mentos: PEL (Penitenciá­ria Estadual de Londrina) I e II, CCL (Casa de Custódia de Londrina), CITL (Centro Integrado de Triagem de Londrina) e a Unidade Penal Feminina.

Entretanto, conforme informou o coordenado­r Regional do Depen, Reginaldo Peixoto, nestes estabeleci­mentos penais “não há notícias de pessoas contaminad­as”. Questionad­a, a assessoria de comunicaçã­o do órgão, em Curitiba, não informou se o Departamen­to já havia sido notificado do pedido do MP até o final da tarde desta terça-feira.

Com 125 presos diagnostic­ados com a Covid-19, a Cadeia Pública de Telêmaco Borba, tornou-se um “foco” da pandemia. Segundo o Depen, 272 exames foram feitos em presos e servidores depois que um policial penal recebeu a confirmaçã­o. Entretanto, no dia 27 de agosto, 124 presos e os servidores infectados com o coronavíru­s tiveram alta após serem examinados por médicos do município. “Todos ficaram bem e apresentar­am apenas sintomas leves da doença, não tendo sido necessária a remoção para ambiente hospitalar. A unidade permanece isolada, em quarentena, e sem receber novos presos”, disse o Depen em nota.

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