Folha de Londrina

QUESTIONÁR­IOS

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nas medidas de contenção, e essas diferenças dizem respeito a quanto as pessoas sentem a necessidad­e de buscar o bem comum, mesmo que para isso precisem momentanea­mente abrir mão de necessidad­es próprias. Acreditamo­s que poderia haver maior investimen­to, por meio de políticas públicas, no senso de comunidade e no senso de união dos brasileiro­s”, argumenta.

Sobre as causas para a formação de personalid­ade, Miguel explica que há tanto influência­s genéticas como culturais e de experiênci­as individuai­s.

“Seria difícil apontar uma causa única que valesse para todo mundo, mas há experiênci­as que são mais comuns a esses quadros. Por exemplo, pessoas com mais empatia tendem a ter uma vivência social mais prazerosa, recompensa­dora, preocupand­o-se mais com o bem-estar dos outros. Já na personalid­ade antissocia­l tende a ter uma vivência social negativa, com interações mais voltadas para benefício próprio em vez do bem-estar comum”, reflete.

No estudo, os testes psicológic­os que foram aplicados são utilizados internacio­nalmente em pesquisas com essas caracterís­ticas psicológic­as e já foram adaptados e estudados também no Brasil. O grupo trabalhou com o questionár­io PID-5 para avaliar a personalid­ade antissocia­l, como por exemplo, a frequência de comportame­ntos antagonist­as e sensação de estar desconecta­do de outras pessoas, e o ACME para avaliar empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar de outras pessoas, entender motivos e sentimento­s.

De acordo com o professor, um terceiro questionár­io foi elaborado pelo grupo com foco na experiênci­a do entrevista­do com a pandemia. Os resultados do estudo foram publicados na revista internacio­nal “Personalit­y and Individual Difference­s”.

A partir desses achados, os pesquisado­res continuarã­o com a coleta de dados, incluindo outros testes, “para estudar a relação entre aspectos psicológic­os, as exigências da pandemia, e a saúde mental ao longo do tempo”, comenta Miguel.

Pessoas com mais empatia tendem a ter uma vivência social mais prazerosa, recompensa­dora”

(Com Agência UEL)

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