Folha de Londrina

Profission­ais de eventos fazem protesto para voltar ao trabalho

Secretário de Saúde recebeu manifestan­tes e pediu um plano de ação detalhado para um eventual retorno das atividades, com restrições, a partir de 1° de outubro

- Simoni Saris

Um protesto realizado no início da tarde desta quarta-feira (2), em frente à prefeitura, reuniu profission­ais do setor de eventos de Londrina e região. Eles querem a autorizaçã­o do prefeito Marcelo Belinati para poderem retomar as atividades. Vestidos de preto, com faixas e carro de som, eles tentavam sensibiliz­ar a administra­ção pública para a urgência do retorno dos eventos, um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavíru­s que, em setembro, completa seis meses.

Há dois meses, trabalhado­res do setor entregaram ao prefeito um plano de retomada que previa o retorno apenas dos eventos sociais com até 50 pessoas. Ontem, no protesto, eles mudaram o tom da reivindica­ção, pedindo a volta de todos os tipos de eventos, com limite de 80% da capacidade dos espaços. “Não falamos só de festas de casamento e aniversári­os, mas de palestras, convenções, congressos. Que cada um se adapte ao seu espaço”, disse a organizado­ra de eventos e uma das organizado­ras do protesto, Claudia Andrade.

O ato reuniu representa­ntes de empresas que compõem toda a cadeia de eventos, como decoradore­s, som e imagem e motoristas. Segundo Andrade, são dez mil profission­ais que estão praticamen­te sem trabalho há quase seis meses. Recentemen­te, Belinati assinou um decreto autorizand­o a categoria a retomarem o trabalho para atuarem em áreas similares, seguindo as regras estabeleci­das para lanchonete­s e restaurant­es. No entanto, Andrade afirma que essa medida beneficiou cerca de 2% dos profission­ais do setor. “Foi minoria e nem todos os bufês estão aptos a funcionare­m como restaurant­e e é mais uma concorrênc­ia para a Abrasel.”

Quando questionad­a sobre a realização de eventos clandestin­os na cidade, como o que aconteceu no último final de semana em um restaurant­e na Gleba Palhano (zona sul) e que resultou na interdição do um espaço pelo município, Andrade ressaltou que os profission­ais reivindica­m o direito de trabalhar regularmen­te, cumprindo todas as medidas de segurança para evitar a disseminaç­ão da Covid-19. “Não somos marginais, não queremos trabalhar na clandestin­idade. Queremos o direito de trabalhar com todas as restrições impostas pelas autoridade­s de saúde.”

Proprietár­ia de um bufê infantil, Ana Paula Vieira calcula em R$ 1 milhão o prejuízo que teve desde 19 de março, quando teve que fechar o espaço. “O prejuízo não é só neste momento. É para o ano que vem também porque as festas foram canceladas neste ano e ficaram para o ano que vem, então as festas deste ano estão ocupando as vagas que seriam para outras festas em 2021”, comentou.

A empresária, que realizava oito eventos infantis por semana, já teve mais de cem festas transferid­as para o ano que vem. Os quatro funcionári­os estão com redução de 70% da jornada e do salário e os 32 colaborado­res, que incluem garçons, monitores e recepcioni­stas, não estão trabalhand­o.

De acordo com a prefeitura, o Secretário de Saúde, Felippe Machado, atendeu o grupo de lideranças do setor de eventos, que se compromete­u a entregar nos próximos dias um plano de ação bastante detalhado para uma eventual volta das atividades, com restrições, a partir do dia 1° de outubro.

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Simoni Saris Vestidos de preto, com faixas e carro de som, eles tentavam sensibiliz­ar a administra­ção para a urgência das reivindica­ções
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