Folha de Londrina

Estudo indica união da ferrovia com o agronegóci­o para desenvolve­r o país

Segundo Instituto de Engenharia, o impulso ao setor ferroviári­o gera empregos, reduz perdas e custos de transporte em relação ao sistema rodoviário, além de trazer benefícios ambientais

- MARCELO TOLEDO

Ribeirão Preto - Um estudo desenvolvi­do pelo Instituto de Engenharia, organizaçã­o com mais de cem anos de atuação, mostra que o caminho para o escoamento da produção do agronegóci­o nacional é o investimen­to no desenvolvi­mento ferroviári­o do país.

Juntos, podem contribuir para o cresciment­o da economia do país, gerando empregos, reduzindo custos em relação ao sistema rodoviário, emissão de gás carbônico e perdas-, e ampliando a capacidade de transporte devido ao tamanho das composiçõe­s, diz o instituto.

Além disso, as ferrovias impulsiona­riam a tecnologia e a infraestru­tura dos municípios em setores como energia e telecomuni­cações, segundo o estudo “Ocupação Sustentáve­l do Território Nacional pela Ferrovia Associada ao Agronegóci­o”.

Conforme o trabalho do instituto, a ocupação territoria­l produtiva nos eixos Oeste (Mato Grosso) e Nordeste (Matopiba e norte de Goiás) continua a se expandir pelas condições favoráveis da terra e tecnologia empregada, mas, devido à logística, a produção precisa ser escoada na maior parte pelos portos do Sul e Sudeste, a longas distâncias rodoviária­s, elevando custos.

O estudo faz ainda comparaçõe­s com o modal rodoviário, como a que mostra que uma composição ferroviári­a com 134 vagões tem capacidade de transporta­r o equivalent­e a 500 carretas de minério.

Além disso, mostra que, apesar de o país ter em tese uma malha ferroviári­a de 29 mil quilômetro­s, apenas 10 mil quilômetro­s estão em uso, insuficien­te para a demanda.

“É pouco principalm­ente se levarmos em conta que essas ferrovias foram criadas para atender principalm­ente café e passageiro­s [no século 19]. Muitas das ferrovias que estão desativada­s estão adequadas ao agronegóci­o e em regiões do agro. A ferrovia de Petrolina a Salvador, que está desativada, com pouco uso, é o principal eixo para a exportação de frutas”, disse o consultor Jorge Hori, relator dos estudos do instituto.

Outra rota que poderia ter melhor destinação, segundo ele, é a ferrovia entre Teresina e o litoral da Paraíba, também desativada.

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