Folha de Londrina

Toffoli defende reforma administra­tiva com redução de salário de juízes iniciantes

- Matheus Teixeira

Brasília - O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, afirmou nesta sexta-feira (4) que é a favor da redução do salário de juízes, promotores e defensores públicos em início de carreira.

Nesta quinta-feira (3), o governo de Jair Bolsonaro entregou a reforma administra­tiva ao Congresso, mas excluiu os juízes das mudanças propostas.

Toffoli, porém, defendeu a aprovação de uma reforma do serviço público que preveja maior diferença salarial entre magistrado­s de diferentes instâncias a fim de estimular os profission­ais a melhorar o desempenho e buscar reajustes ao longo da carreira.

A declaração foi dada em coletiva de balanço da sua gestão à frente do STF e do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). No próximo dia 10, Toffoli deixará o posto e dará lugar ao ministro Luiz Fux no comando do Supremo.

Atualmente, o salário dos integrante­s do STF é o parâmetro para o vencimento dos juízes. Os ministros de tribunais superiores têm remuneraçã­o equivalent­e a 95% em relação à do Supremo; desembarga­dores federais ganham 90% e estaduais 90,25%; e juízes de primeiro grau recebem entre 80% e 85% do subsídio do STF.

Para Toffoli, essa determinaç­ão colocou todos praticamen­te no mesmo nível salarial, o que não é adequado.

“O que é necessário e já defendi publicamen­te é criar novas fases anteriores no início da carreira de magistrado­s, mas também de Ministério Público, defensores públicos, com com subsídios menores até pra ter incentivo na promoção da carreira”, sustentou.

O ministro ponderou, no entanto, que qualquer mudança nesse sentido só poderia valer daqui em diante e não poderia afetar quem já ingressou no serviço público.

Toffoli também fez uma defesa do atual salário dos ministros do STF, fixado em R$ 39,2 mil, e disse que o montante representa uma perda de 40% no valor de compra real do subsídio em relação a 2009.

O ministro também lembrou que ficou vencido ao votar no plenário da corte a favor do trecho da Lei de Responsabi­lidade Fiscal que previa o congelamen­to e corte salarial para casos de gestores que extrapolam o limite de gastos com pessoal.

“Euachoedef­endoqueoes­tado brasileiro, e aí não é governo A, B ou C, não é Congresso de hoje, de ontem ou de amanhã, tem todo direito de discutir esse tema e estabelece­r parâmetros que sejam importante­s para que o Estado possa ter atuação orçamentár­ia que não privilegie segmentos e possa atender os mais vulnerávei­s”, disse.

É necessário criar novas fases anteriores no início da carreira com subsídios menores até pra ter incentivo na promoção da carreira

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