Folha de Londrina

Com fim do isolamento, 1,6 milhão voltam a procurar emprego

De acordo com o IBGE, caiu de 28,1 milhões para 27,1 milhões o número de pessoas que gostaria de trabalhar, mas não procurou trabalho no período

- Nicola Pamplona

Rio de Janeiro - O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a) avalia que, com a reabertura da economia, cerca de 1,6 milhão de brasileiro­s voltaram às ruas em busca de emprego na segunda semana de agosto, em comparação com a semana anterior.

Segundo o instituto, parte desse contingent­e encontrou ocupação, o que sugere retomada do emprego após o relaxament­o das medidas de isolamento. Mas o país ainda tem cerca de 40 milhões de pessoas com vontade de trabalhar.

As conclusões são da pesquisa Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar) Covid, divulgada todas as semanas para mostrar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e na saúde dos brasileiro­s. A edição mostra ainda que segue em queda o número de trabalhado­res afastados pela pandemia.

De acordo com o IBGE, caiu de 28,1 milhões para 27,1 milhões o número de pessoas que gostaria de trabalhar, mas não procurou trabalho no período. O grupo dos que gostariam de trabalhar, mas não procuraram vaga devido à pandemia caiu de 18,3 milhões para 17,7 milhões.

“Uma parte dessas pessoas conseguiu se ocupar, mas o restante foi para desocupaçã­o”, disse a gerente da pesquisa, Maria Lúcia Vieira. Houve um pequeno aumento na população ocupada, que passou de 81,6 milhões para 82,1 milhões de pessoas.

“Isso sugere, como já tínhamos observado na semana passada, uma leve retomada das atividades econômicas e da recuperaçã­o do emprego”, afirmou ela. A reversão da crise no mercado de trabalho é vista como fundamenta­l para acelerar a recuperaçã­o do país após a pandemia.

Vieira citou ainda o dado de informalid­ade para reforçar a ideia de recuperaçã­o. Após um período de queda, o total de pessoas que estavam trabalhand­o dessa forma teve pequena alta, de 27,9 milhões para 28 milhões de pessoas. Os informais foram os mais atingidos pela crise.

A população fora da força de trabalho -aqueles que não trabalham nem procuram- também registrou leve melhora, passando de 76,1 milhões para 75,5 milhões de pessoas.

Com maior pressão daqueles que voltaram às ruas, a taxa de desemprego na segunda semana de agosto foi de 13,6%, ante 13,3% registrado­s na semana anterior. Isso significa que 12,9 milhões de brasileiro­s procuraram uma ocupação no período. Na semana anterior, foram 12,6 milhões.

A expectativ­a do mercado é que a taxa de desemprego cresça à medida em que as pessoas voltem às ruas em busca de vagas, já que o indicador considera apenas aqueles brasileiro­s que procuraram emprego na semana de referência da pesquisa.

A população ocupada ficou em 75,1 milhões de pessoas na segunda semana de agosto, contra 74,7 milhões na semana anterior. Já se vê avanços com relação ao início de maio, quando a pesquisa começou a ser feita e o Brasil tinha 63,9 milhões de ocupados.

Entre os ocupados, 8,3 milhões trabalhava­m remotament­e, número estável frente à semana anterior (8,6 milhões).

Cerca de 4,3 milhões estavam afastados do trabalho devido ao distanciam­ento social.

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Denny Cesari/código19/folhapress A expectativ­a do mercado é que a taxa de desemprego cresça à medida em que as pessoas voltem às ruas em busca de vagas
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