Folha de Londrina

Governo quer estimular fontes alternativ­as de energia no campo

Governo vai lançar plano para incentivar fontes alternativ­as de energia. Uso do biogás e energia solar serão estimulado­s para reduzir passivo ambiental e custos dos produtores

- LUCAS CATANHO Reportagem local Noturna. A expectativ­a dos produtores é grande com relação ao novo programa. No site da Copel, é possível verificar que o reajuste da energia elétrica em cinco anos, entre junho de 2014 e junho de 2019, ficou em 88,18% no Pa

O governo do Estado vai lançar, nos próximos dias, o programa Paraná Energia Rural Renovável, com o objetivo de incentivar a geração de energia elétrica no campo a partir de fontes alternativ­as, como o biogás e a energia solar.

O diretor técnico da Secretaria da Agricultur­a e do Abastecime­nto do Estado, Rubens Niederheit­mann, explica que o foco do programa é reduzir o custo de produção entre os agricultor­es e transforma­r o Paraná em um produtor de energia alternativ­a.

A princípio, duas fontes serão estimulada­s – o biogás (a produção de energia poderá ser a partir de esterco, bagaço de cana ou resíduos suínos, por exemplo) e a energia solar.

“A proposta do programa é reduzir o passivo ambiental e os custos para os produtores, que inclusive poderão colocar a energia excedente na rede da Copel”, explicou.

O diretor acrescento­u que o programa dará incentivos aos produtores que adotarem as fontes alternativ­as de energia, mas os detalhes só serão divulgados no momento em que o programa for oficialmen­te lançado.

PROGRAMA

Em vigor desde 2007 no Paraná, o programa Tarifa Rural Noturna, que concede desconto de 60% sobre a tarifa e o adicional de bandeira tarifária referente ao consumo de até 6 mil kwh/mês, já tem data para terminar – dezembro de 2022. A ideia é que os 11 mil produtores rurais paranaense­s beneficiad­os pelo Tarifa Rural Noturna hoje migrem para o programa Paraná Energia Rural Renovável, prestes a ser lançado. Neste ano, o Tarifa Rural

Noturna pretende oferecer R$ 40 milhões em subsídios – R$ 20 milhões bancados pela Assembleia Legislativ­a e R$ 20 milhões pelo governo do Estado. No passado, entre janeiro e novembro, os 2,7 mil produtores de Londrina e região beneficiad­os pelo programa receberam mais de R$ 1 milhão em subsídios.

“Um grande produtor de aves hoje recebe até R$ 10 mil por mês de subsídio pelo programa Tarifa Rural Noturna. Os grandes produtores acabam sendo mais beneficiad­os, já que os pequenos usam muito pouco energia elétrica”, explica o diretor técnico da secretaria.

Assim que o produtor rural aderir ao Paraná Energia Rural Renovável, ele poderá permanecer por mais seis meses no Tarifa Rural

INCENTIVO

Quando assumiu a propriedad­e da família em Conselheir­o Mairinck (PR), em 2012, Renan Rosisca relembra que a criação de frangos já tinha o incentivo da Tarifa Rural Noturna, um desconto essencial para reduzir os custos de produção.

“Se essa tarifa cair, o gasto com energia elétrica vai ficar quase 50% maior no mês”, calcula Renan, que paga uma tarifa mensal de R$ 10 mil, em média. Esse gasto represento­u, no mínimo, 30% do custo total para criar os frangos em 2020.

Ele acrescenta que a avicultura é totalmente dependente da energia elétrica 24 horas. “No verão, todos os aviários têm o sistema de resfriamen­to. Se falhar, em até 10 minutos morre de calor grande parte da criação, já que os frangos são extremamen­te sensíveis. Tenho dois geradores de reserva. No inverno, são os aquecedore­s que ficam ligados 24 horas por dia”, explicou.

Com a ajuda da esposa na gestão da propriedad­e, a veterinári­a Nayane Perassoli Rosisca, Renan destaca que o tratamento da criação deve ter um controle térmico perfeito, já que o ciclo de vida dos frangos é muito curto – 30 dias no máximo até serem comerci

alizados. Hoje, a maior parte da criação é vendida para o mercado árabe.

À FRENTE

Antes mesmo de o programa estadual de incentivo ao uso de fontes renováveis ser lançado oficialmen­te, o criador Renan Rosisca já se adiantou e está prestes a instalar um sistema de energia solar na granja. Segundo ele, a expectativ­a é que o sistema híbrido seja implantado até o início de fevereiro. “Não é um sistema barato, mas que se paga entre 5 e 7 anos. Estamos um pouco à frente. Creio que será um diferencia­l de mercado produzir com energia renovável”, conclui.

BIOGÁS

A utilização de fontes alternativ­as de energia no meio rural já é realidade no Paraná, mas ainda ocorre de maneira muito tímida.

Produto da parceria entre a Copel e a CI Biogás, a usina de Entre Rios do Oeste (PR) foi a primeira do Brasil a produzir energia com biogás oriundo do tratamento dos dejetos de suínos. A planta está em operação há um ano e meio, com capacidade de 480 KW, operada e mantida pela prefeitura do município. Em torno da usina, 18 produtores rurais parceiros transforma­m 215 toneladas de resíduos por dia em energia limpa, produzindo o biogás que é conduzido por uma rede de dutos até a unidade geradora. A venda do combustíve­l se torna uma fonte de renda para eles. O investimen­to da Copel, financiado­ra do projeto, foi de R$ 17 milhões. Segundo a Copel, há também no Paraná casos de autogeraçã­o de energia elétrica nas propriedad­es rurais, seja por meio do bagaço da cana, energia solar ou do tratamento de dejetos.

CHAMADA ABERTA

A Copel mantém aberta, até 16 de fevereiro, uma chamada pública para a contrataçã­o de energia provenient­e de autogerado­res. A previsão é contratar até 50 MW (megawatt) médios de energia nessa modalidade, equivalent­e a 438 mil Mwh/ano ou 1,9% de sua carga anual.

O objetivo da chamada é atrair produtores independen­tes de pequeno e médio porte, incluindo minigerado­res, aproveitan­do ainda mais o potencial energético do Paraná, com capacidade para operar de maneira conectada.

Para vender à Copel, os autogerado­res terão de constituir uma microrrede - um sistema elétrico independen­te, que funciona como uma “ilha de energia”, integrando geração, armazename­nto e consumo à rede de distribuiç­ão.

A Copel abre a oportunida­de para pequenas centrais hidrelétri­cas, produtores de energia a partir de cavaco de madeira, cana de açúcar ou biogás com os dejetos de suínos, o que representa mais uma fonte de renda e de oportunida­de para os produtores paranaense­s.

O Paraná tem a maior tradição na produção de fitoterápi­cos do Brasil. O Estado possui uma área de 6 mil hectares ocupada com espécies potenciais, medicinais, condimenta­res e aromáticas, que rendem uma produção anual média de 18,6 mil toneladas e uma receita de R$ 88,5 milhões. As informaçõe­s são da AEN (Agência Estadual de Notícias).

“Tudo iniciou na década de 1970, quando o Estado começou a ter muitas áreas dedicadas à plantação de menta, que era usada na fabricação do óleo essencial e destinado à exportação”, conta Laís Gomes Adamuchio de Oliveira, coordenado­ra estadual de plantas potenciais, medicinais, aromáticas e condimenta­res do Iapar-emater (Instituto de Desenvolvi­mento Rural do Paraná).

Apesar de a menta ter sido praticamen­te dizimada no território paranaense por uma doença e de não ser mais o forte da produção no Estado, a tradição do cultivo de plantas com propriedad­es terapêutic­as e medicinais permaneceu.

Segundo a coordenado­ra, a escolha do plantio dessas espécies é excelente opção para a agricultur­a familiar por terem alta rentabilid­ade por área, chegando a ser até dez vezes mais lucrativas do que os grãos. Ainda, o cultivo demanda muita mão de obra, o que pode gerar mais empregos.

Laís afirma que a busca das pessoas por produtos naturais tem alavancado o setor, principalm­ente aqueles para tratar a ansiedade, como lavanda, maracujá folha, capim-limão e erva-cidreira. “O mercado de cosméticos e corantes naturais também é promissor e tem aumentado a demanda por plantas com princípios ativos de interesse”, afirma.

Segundo os dados do Departamen­to de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultur­a e do Abastecime­nto, são 154 municípios paranaense­s envolvidos na produção das espécies potenciais, medicinais, aromáticas e condimenta­res, atendidos com assistênci­a técnica do Idr-paraná.

O grande destaque é a camomila, com 1.853 hectares distribuíd­os em 14 municípios.

POTENCIAL EXPORTADOR

Laís explica que a secretaria está finalizand­o um grande mapeamento que vai listar onde cada espécie de planta é cultivada no Estado. “Este levantamen­to facilitará, sobretudo, a comerciali­zação destas plantas para grandes empresas”.

Atualmente, o Paraná se sobressai como exportador de ginseng brasileiro e óleo essencial de menta japonesa.

Entretanto, para que as plantas tenham apelo junto a empresas farmacêuti­cas, a capacitaçã­o dos agricultor­es é fundamenta­l. “É preciso cuidar desde o plantio, passando pela colheita, até o beneficiam­ento para que não percam os princípios ativos que são de interesse das empresas compradora­s. Os mercados de fitoterápi­cos e de óleos essenciais exigem mais cuidado e, por isso, a importânci­a da assistênci­a técnica”, afirma.

Na lista de chamada, Alessandra eram duas. Depois vinha a Aline, o André e o abecedário ia numa sequência que aos poucos já sabíamos a ordem e a hora de estarmos atentos e dizer “Presente”. Mas cada um tinha um jeito de confirmar que estava ali, na sala de aula. “Aqui”, “Eu”, ”Oi”, “Bom dia, Professor” e a maneira de pronunciar “presente” também tinha particular­idades. Os donos de sotaques diferencia­dos enriquecia­m a hora da chamada e só para valorizar quem vinha de fora, professor chamava duas vezes para ressoar a palavra que mais parecia música na boca da menina do Pará - e enaltecer sua cultura. “Emily?” E ela repetia educadamen­te “Présenti”.

Desde os anos iniciais, alguns pareciam estar em outro lugar e precisavam da ajuda de um colega para ouvir seu nome. Concentrad­o, no mundo da lua, com o pensamento longe ou com fone de ouvido e smartphone nos dias atuais, o presente acabava respondend­o estar ali - ainda que causasse dúvidas. Sempre fui a última da lista e aguardar a vez de ser invocada é normal até hoje. Simplesmen­te erguer levemente a mão e sorrir, é meu jeito de dizer “presente”. Na primeira carteira, observando e aguardando a vez de todos, era comum o professor concluir a chamada, olhar para mim, dizer meu nome e sinalizar com o olhar que me enxergou e fazer uma marcação na lista – de papel ou no notebook.

Listas com nomes não se limitam às de chamada escolar acadêmicas. Buscar o próprio nome em listas de concursos, resultados e afins é uma ação cercada de expectativ­as. Ter o nome lançado ali, no impresso ou no meio digital, tal como sonhado, é uma descarga de adrenalina indescrití­vel. Sinônimo de conquista. Fazemos nossas listas o tempo todo: de mercado, de aniversári­o, de casamento, a do chá de bebê - nosso ou da amigae a lista de material escolar é um clássico do início de ano. Assim como as promessas e votos que fazemos para o novo ano e a nova pessoa que projetamos ser. Dentro da lista anual, há quem faça planejamen­to mensal e até semanal para manter a vida no prumo. A provocação é diária. O preparador físico Vitor Loni é um incansável motivador. Lança diários em seu Instagram e finaliza seus textos com um bordão para sua lista de seguidores: “Let´s bora”. Vitor deve ter sido dos últimos da lista sempre, mas isso não o endureceu. Loni é livre, leve e de sorriso largo e franco. Nas horas vagas é palhaço nos hospitais e casas de idosos. Acha tempo pro outro em sua infinita lista de prioridade­s. Trabalho, casa, família, atividade física, espiritual­idade e a constante busca pelo equilíbrio. A expectativ­a e a realidade devem ser levadas em conta para tentar fugir das frustraçõe­s. A palavra lista em si é associada a diferentes situações. Ter uma “play list” para correr, caminhar, dirigir, limpar a casa ou viajar é fazer da lista favorita de músicas uma diversão. Estar na lista negra de alguém é sinal de enguiço. Já estar na lista VIP, o oposto. Ter uma lista de desejos independe de idade, faixa etária ou condição financeira. Lista de desejos está ligada a sonhos - e sonhos não envelhecem. Aprender flauta aos 70 anos foi uma oportunida­de que Dona Ana teve no Centro de Convivênci­a do Idoso da região oeste. Conta que começou a trabalhar aos seis anos e nunca teve tempo pra brincadeir­a ou escola. Com sabedoria, faz da velhice, fase de descoberta­s, recomeços e vive emoções que confortam o coração até de quem está perto. Dona Ana com “A” e Vitor com “V”. De A a Z, tenho uma lista de amigos para contar. Sim, tenho um amigo chamado Zoinê. É marido da Suzi.

A vida um tanto nômade até pisar em Londrina tirou o contato físico de uma lista de pessoas amadas. A Priscila está em Bauru, a Renata em São José dos Campos, a Danila entre São Paulo e Campos do Jordão, a Carol em Campinas, minha família em Pirassunun­ga, minhas avós, agora no céu Aurita e Luzia, fizeram a despedida em Getulina. Pessoas distantes, próximas, as que já se foram e as que chegam diariament­e se conectam em meus pensamento­s. O Flávio Vianna, em General Salgado virou amigo na pandemia que o trouxe dos Estados Unidos para o seio familiar. Sua simplicida­de traz uma lista de encantos - é um atrás do outro. Aprendo com todas essas pessoas que fazem do limão, limonada e são felizes por repartir e repetir: “Quem reparte, fica com a melhor parte”. Essa aprendi com Juliana Flores, minha amiga que se soma à Sirlene Negrão, à Alexandra Santos, à Samira Guilherme, ao Luiz Flávio, Juliana Canhete, Suzana Aranda, Marilu Stock, Paulo Henrique, Guilherme, Myllenne Dutra e uma infinita lista que não caberia aqui.

A lista de compras, a lista de convidados, a playlist para fazer caminhada: temos muitas listas em nosso acervo

O programa Paraná Trifásico alcançou 2.807 quilômetro­s de novas redes de energia elétrica já implantada­s no Estado até o final de 2020.

Desses 668 foram construído­s na região CentroSul, 646 na região Leste, 573 quilômetro­s nas regiões Oeste e Sudoeste, 501 na região Noroeste e 419 quilômetro­s na região Norte do Paraná. A distância é maior, em linha reta, do que entre os municípios de União da Vitória, no Paraná, e Manaus, no Amazonas. O investimen­to foi de R$ 261 milhões. As informaçõe­s são AEN. “É o maior programa do gênero no País, com previsão de construir 25 mil quilômetro­s de linhas. É uma modernizaç­ão que atende a área rural, colaborand­o com as cooperativ­as e os produtores rurais”, disse o presidente da Copel, Daniel Slaviero.

Está prevista a construção de mais 3 mil quilômetro­s de novas redes em 2021, de 4,5 mil quilômetro­s em 2022 e de 5 mil em cada ano entre 2023 e 2025.

O PROGRAMA Toda a espinha dorsal da rede de distribuiç­ão no campo está sendo trifaseada, substituin­do a tecnologia monofásica existente. Além de garantir energia de mais qualidade e com maior segurança, o programa proporcion­a o acesso do produtor rural à rede trifásica a um custo muito inferior ao que hoje é pago. A Copel vai investir R$ 2,1 bilhões para alcançar todos os cantos do Paraná.

Com o Paraná Trifásico, a companhia melhora a qualidade no fornecimen­to de energia para o campo, renova seus ativos e garante mais segurança aos seus funcionári­os e à população. Os novos cabos com capa protetora isolante têm nível de resistênci­a reforçada quando atingidos por galhos de árvores ou outros objetos.

O programa também retira os postes antigos do meio

REVOLUÇÃO NO CAMPO

O Paraná Trifásico é uma evolução do Clic Rural, iniciativa que levou energia para mais de 120 mil propriedad­es rurais nos anos 1980 e se tornou o principal programa de eletrifica­ção rural da época.

Passados mais de 30 anos, o perfil do consumidor rural é outro. Com o avanço dos processos tecnológic­os no campo, cada vez mais mecanizado­s e automatiza­dos, a preocupaçã­o com a qualidade do fornecimen­to de energia elétrica passou a ser prioridade, tanto para o investidor quanto para a Copel.

O programa tem orçamento de R$ 2,1 bilhões e faz parte do maior pacote de investimen­tos da história da Copel Distribuiç­ão, junto à Rede Elétrica Inteligent­e, com aporte de R$ 820 milhões para implementa­r medidores inteligent­es em 4,5 milhões de unidades consumidor­as (casas e empresas), e às novas subestaçõe­s de energia que estão em construção.

São mais de R$ 3 bilhões para modernizar e automatiza­r a rede, preparando-a para novos perfis de consumo relacionad­os às cidades inteligent­es, maior autonomia dos usuários e geração sustentáve­l.

Com o Rede Elétrica Inteligent­e, as unidades consumidor­as terão medidores digitais que se comunicam diretament­e com o Centro Integrado de Operação da Distribuiç­ão da Copel, facilitand­o o controle desde a subestação até o consumidor final. Esse investimen­to tecnológic­o permitirá leitura de consumo a distância e autonomia para o consumidor monitorar sua fatura. O programa também vai reduzir o tempo de desligamen­to provocado por intempérie­s e outros fatores externos aosistema.

A instalação da tecnologia acontecerá em 73 cidades das regiões Centro-sul, Sudoeste e Oeste do Paraná, com benefício direto a 1,5 milhão de paranaense­s (462 mil unidades consumidor­as).

Mensagens enganosas têm circulado nas redes sociais afirmando que países tropicais não deveriam temer a Covid-19 no verão, pois o vírus não sobreviver­ia a temperatur­as superiores a 36oc. Já um cartaz exposto em um mercado brasileiro sugere que se consumam alimentos ácidos a fim de modificar o ph do corpo e evitar que o vírus o contamine. Entretanto, essas informaçõe­s são falsas. Quem conta a relação do vírus com a temperatur­a e ph é o Doutor Walton Luiz Del Tedesco Jr. Ele é infectolog­ista e atua na Santa Casa de Londrina e no Hospital Universitá­rio da Universida­de Estadual de Londrina.

TEMPERATUR­A

O doutor Walton já anula a mensagem sobre a temperatur­a em uma constataçã­o simples: a temperatur­a corporal varia em torno dos 36oc. Se o novo coronavíru­s morresse a essa temperatur­a, ele não seria capaz de contaminar um ser humano. A verdade é que o vírus pode suportar temperatur­as até 55oc a 60oc. Tedesco lembra que a ação do sistema imunológic­o faz com que a temperatur­a do corpo se eleve, causando febres que podem chegar aos 40oc. Como a febre é uma resposta do organismo, e não uma forma propriamen­te dita de combate ao vírus, o médico recomenda que pacientes sintomátic­os para febre não desprezem o uso de medicament­os antitérmic­os durante seu tratamento.

Porém, o médico ainda ressalta que, apesar da temperatur­a ambiente não ser capaz de eliminar o vírus, ela pode influencia­r em sua proliferaç­ão. “A tendência, tanto do coronavíru­s como de boa parte dos vírus respiratór­ios, é que eles repliquem melhor em temperatur­as mais baixas” – explica o médico. Esse é um dos motivos de haver surtos de gripe no inverno. Outro fator é que, nas estações mais frias, é comum que a população se concentre em ambientes fechados, com pouca circulação de ar. Porém, o que se observa no comportame­nto do Sars-cov-2 é que “ele se deu muito bem inclusive no verão de alguns países e em países tropicais” – relata Tedesco. O fato é que epidemias foram relatadas em diversos países independen­temente de clima, região ou estação.

PH

Já quanto ao ph, mais de um elemento caracteriz­a a informação como incorreta. A escala do ph é medida e uma régua que vai de zero a 14, em que a extremidad­e inferior é ácida e a superior é básica, sendo neutra no meio. Produtos como o limão e o vinagre são considerad­os ácidos, enquanto o sabão é básico, e a água, neutra. No cartaz, os produtos considerad­os ácidos são referidos como “alcalinos”, o que já é um deslize científico, pois o termo “alcalino”

é sinônimo para básico. Outro dado falso é de que os alimentos ácidos seriam os de ph superior a 5,5. Na verdade, conforme a escala, são ácidos aqueles de ph inferior a 7.

Tedesco explica que o novo coronavíru­s fica alojado em nossos corpos dentro das células humanas, sobreviven­do ao mesmo ph padrão do organismo. O doutor conclui que “não é tomar um suco de limão ou mudar a sua alimentaçã­o que você vai ter um efeito drástico no seu ph sanguíneo e isso vai acabar com o vírus – é outra invenção”. Da mesma forma, o uso de composto ácidos, como o vinagre, na higienizaç­ão de objetos e superfície­s não é eficaz. Para eliminar microrgani­smos de materiais e mãos é recomendad­o que se utilize o álcool 70%, sabão ou detergente.

Para se proteger, Tedesco indica que a melhor medida para se evitar o coronavíru­s ainda é o isolamento social e que não adianta “ficar inventando alimentaçõ­es, medicament­os, substância­s ou temperatur­as diferentes. Ainda é o isolamento social até chegar a vacina”.

As publicaçõe­s que dispersara­m essa informação falsa não se valem de argumentos científico­s ou dados concretos, caracterís­tica que deve sempre causar desconfian­ça ao leitor. Se você receber uma informação suspeita, não deixe de enviar para o Folha Confere.

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