Folha de Londrina

Para-raio sem revisão pode pôr o prédio em risco no temporal

Manutenção deve ser realizada a cada seis meses ou sempre que receber uma descarga dos céus

- William Cardoso

Quando nuvens carregadas começam a se formar nas tardes de verão, em mais uma promessa de grande tempestade, moradores de edifícios altos depositam a sua confiança neles, os para-raios. Mas, para que cumpram com eficácia a sua função, precisam de uma manutenção em dia. Caso contrário, podem se tornar um problema.

“Se o para-raio não está revisado, não consegue drenar a corrente para o solo, a descarga vai se dispersar por caminhos aleatórios. Rede elétrica, janelas, gradis, parapeitos, a ferragem do prédio ou até quebrar a parte superior do edifício, podendo provocar a queda de pedaços de concreto”, afirma Juan Alexandre Suarez, um dos responsáve­is pela Manhattan Eletronic, empresa especializ­ada nesse tipo de serviço.

Suarez lembra que o síndico é responsáve­l pela contrataçã­o da manutenção dos pararaios, que deve ser feita a cada seis meses ou após a suspeita de que uma descarga elétrica atingiu o prédio, sempre por empresa idônea. “O para-raio se tornou um trabalho de engenharia mesmo. Antigament­e, um eletricist­a fazia. Hoje é um serviço específico para alguém da área”, afirma Suarez, lembrando que os prejuízos podem ser imensos, se houver negligênci­a.

O síndico Antonio Carlos Crivellaro, 62 anos, é responsáve­l por um condomínio de 11 andares em São Caetano do

Sul (ABC), a cidade mais afetada pelos raios no estado de São Paulo. Apesar de tantas descargas rodearem a vizinhança, o prédio dele nunca foi atingido –até a última sexta-feira (7), ao menos. “Temos um para-raio que atende a nossa necessidad­e, com quatro pontos de aterrament­o no condomínio, no segundo subsolo”, disse o síndico.

Segundo Crivellaro, as vistorias são rotineiras e as revisões mais detalhadas são realizadas em setembro, ao custo de R$ 400, em média. “A gente segue direitinho. A pessoa mede os pontos de aterrament­o e emite o laudo”, diz o síndico.

Há mais de 18 anos como síndico de um condomínio por onde passam quase 25 mil pessoas por mês, Reynaldo Policar, 70, também cuida dos para-raios com atenção. “A gente tem todo o sistema atualizado. Recentemen­te, nos adaptamos à nova norma”, afirma. “Infelizmen­te, se cair uma descarga e não for o suficiente, acontecer algum sinistro, a gente vai lamentar, mas está amparado pelas normas”, afirma.

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Síndico é responsáve­l pela contrataçã­o da manutenção dos para-raios, que deve ser feita a cada seis meses

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