‘Sempre vivo na correria, trabalho em dois lugares’
O corpo ainda carrega as marcas do acidente que aconteceu há cerca de cinco anos. Em novembro de 2020, mais uma vez, o técnico em telecomunicações Daniel Brizola, 27, acabou se acidentando, “ganhando” mais sinais que refletem a violência do trânsito londrinense. Em ambas as situações estava de moto. Era começo de noite de 26 de novembro. O jovem seguia para o centro de estudos onde dá aulas de violão.
Próximo da avenida Leste-oeste acabou “fechado” por um carro. Bateu na traseira do veículo e na sequência foi para o chão. “Tinham várias pessoas passando pelo local e rapidamente ligaram para o Siate e fui levado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do jardim do Sol. Tive luxação no tornozelo esquerdo e escoriações generalizadas pelo corpo”, contou. O motorista do carro fugiu sem prestar socorro, entretanto, voltou durante o atendimento do Siate.
A recuperação foi bem mais difícil do que imaginava. Foram necessários 30 dias de repouso absoluto, sendo que em 20 não conseguiu colocar os pés no chão, dependendo do auxílio da esposa para atividades básicas. “Sempre vivo na correria, trabalho em dois lugares. Ficar parado é algo difícil para mim. Fora as dores, que eram intensas. Muitas noites mal dormidas por conta das dores e remédios não adiantavam”, lembrou.
De volta ao serviço, Brizola ainda não está totalmente restabelecido. Tem que fazer fisioterapia e ainda não sabe o que é caminhar sem sentir dor. O prejuízo com a moto foi de R$ 500. Em 2015 o acidente foi mais grave e aconteceu poucos dias depois de casar. “Estava na avenida Juscelino Kubitschek, indo para a faculdade, e um taxista fez conversão repentina e sem sinalizar, me acertando. Tive hemorragia interna”, relatou.
TERAPIA INTENSIVA
Ficou 16 dias internado no HU (Hospital Universitário), um deles na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Os médicos precisaram colocar drenos no pulmão para retirada do sangue coagulado. “Pensei que fosse morrer”, afirmou.
Apesar do medo em conduzir motos, precisa deste meio de locomoção para trabalhar. “É o meio que tenho para trazer sustento para minha casa”, ressaltou o morador da zona leste, que tem uma filha de seis anos.
Reconhecendo que a falta de conscientização e respeito às leis de trânsito por parte de motociclistas e motoristas é responsável pela maioria dos acidentes, Daniel Brizola chama atenção para a gravidade dos casos com motos. “Independentemente de o motociclista estar certo ou errado é sempre ele quem sai prejudicado.”