Reeleição
Incontinenti à sua posse, Bolsonaro anunciou que seria candidato à reeleição. Focado nisso, passou metade do seu mandato se ocupando de remover do caminho todos aqueles que representasse ameaça à sua intenção. Nunca suportou o brilho dos talentosos da sua equipe, que foram exonerados ou pressionados a saírem. A exceção é Paulo Guedes, cuja mudança teria repercussão negativa internacionalmente. Fora dos seus domínios, passou a atacar todos os políticos tidos como presidenciáveis no próximo pleito, suportado por campanhas difamatórias injustas e execráveis. A medir pelo seu comportamento absolutista, nos próximos dois anos Bolsonaro vai insistir na ideia retrógada do voto impresso, porque se ele perder as eleições vai alegar que as urnas foram fraudadas. Essa é a insinuação velhaca que ele já preparou e vai replicá-la até o fim da gestão. Ele segue fielmente o triste roteiro protagonizado pelo seu ídolo, que desesperadamente relutou em deixar o poder nos Estados Unidos. Para uma possível derrota nas urnas em 2022, já previu incidentes piores daqueles acontecidos no Capitólio, onde morreram 5 pessoas. E, com uma mensagem subliminar, ameaçou a ocorrência de um desfecho ainda mais trágico por aqui, incitando a violência. É preciso conter essa sanha autoritária inconsequente. Não há clima para essas orgias despóticas num regime democrático.