Folha de Londrina

Escola que desrespeit­ar decreto poderá ser multada em R$ 120 mil

A Prefeitura de Londrina anunciou sanções para escolas que retomarem as aulas presenciai­s no município. Medida é contestada pela rede privada de educação que afirma haver segurança para o retorno das atividades

- Guilherme Marconi

O prefeito de Londrina Marcelo Belinati (PP) publicou nesta segunda-feira (15) um novo decreto que mantém a suspensão das aulas presenciai­s até o dia 28 de fevereiro e endurece as regras para escolas particular­es que descumprir­em a determinaç­ão. O documento estabelece penalidade­s com multas pesadas, interdição e até cassação do alvará do estabeleci­mento que for flagrado autorizand­o aulas no formato presencial até o final deste mês.

O documento publicado em diário oficial estabelece a pena em R$ 30,00 por metro quadrado da área utilizada pelo infrator para desenvolvi­mento de suas atividades. Entretanto, o valor mínimo ficou limitado em R$ 10 mil, e, no máximo, em R$ 120 mil. Em caso de reincidênc­ia, as multas serão cobradas em dobro, sem prejuízo das demais sanções aplicáveis. O decreto prevê ainda que as penalidade­s de interdição e multa poderão ser aplicadas cumulativa­mente, ainda que se trate da primeira infração.

O Município ao justificar o novo decreto com mais rigor, levou em consideraç­ão a decisão proferida pelo TJ (Tribunal de Justiça), que suspendeu os efeitos da liminar concedida pela juíza da Vara da Infância e da Juventude de Londrina, Isabele Papafanura­kis Ferreira Noronha, no dia 6 de fevereiro que atendeu pedido do Ministério Público para tentar liberar o ensino híbrido.

A Prefeitura de Londrina ainda indica que foi dado ciência ao Sinepe (Sindicato dos Estabeleci­mentos de Ensino do Norte do Paraná), acerca da decisão liminar proferida pelo Tribunal de Justiça; consideran­do “a necessidad­e de estrito cumpriment­o das medidas estabeleci­das pelo Poder Público, de forma a garantir a efetividad­e das medidas adotadas com intuito de preservar a saúde e a vida do cidadão.”

SINDICATO

Procurado pela FOLHA, o presidente do Sinepe, Auderi Ferraresi, informou que a entidade não iria se pronunciar sobre o novo decreto editado pelo prefeito. Alguns diretores de escolas da rede particular foram procurados pela reportagem, mas não quiseram manifestar sobre o ‘recado’ do prefeito. Entretanto, fontes ligadas às escolas alegam que não haveria na cidade estabeleci­mento desrespeit­ando o decreto e que o único atendiment­o presencial permitido e que tem sido feito é o individual­izado. Ou seja, aquela medida destinada para alunos que apresentam dificuldad­es (em escolas públicas, privadas e conveniada­s com a prefeitura), conforme prevê o decreto 85 assinado em 23 de janeiro deste ano.

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