Folha de Londrina

Paraná tem o terceiro maior potencial do país para geração de energia por pequenas centrais hidrelétri­cas. Associação vê condições para a criação de 244 usinas

Segundo AbraPCH, o Estado tem potencial de triplicar a capacidade de geração de energia por meio das PCHs e CGHs

- Mie Francine Chiba

O Paraná tem potencial de gerar 1.826 MW (megawatts) de energia por meio das PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétri­cas) e CGHs (Centrais Geradoras Hidrelétri­cas), segundo a AbraPCH (Associação Brasileira de PCHs e CGHs). O valor é suficiente para atender 4,8 milhões de domicílios e 14 milhões de pessoas. O Estado fica atrás apenas de Goiás, com potencial de gerar 2.663 MW, e de Minas Gerais, com potencial de 2.420.

Segundo Paulo Arbex, presidente da AbraPCH, o Estado tem potencial de quase triplicar a capacidade de geração de energia por meio das pequenas usinas hidrelétri­cas. O Paraná tem 129 CGHs, com potencial de geração de 378 MW de energia, e 115 PCHs com potencial de geração de 1.448 MW aprovadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para serem construída­s, totalizand­o 244 usinas. Para construí-las, seriam necessário­s R$ 12,8 bilhões de investimen­tos.

Somadas, essas usinas poderiam gerar entre 109,5 mil empregos, acrescenta Arbex. “É uma riqueza enorme que o Estado do Paraná tem nas mãos, mas é uma riqueza potencial que precisa se transforma­r em riqueza de fato.”

Para Arbex, o potencial pode ser ainda maior, se considerar que nem todos os rios brasileiro­s foram estudados pela Aneel. “A estimativa é que o Brasil deve ter até três vezes mais potencial que não foi estudado. O Brasil tem o segundo maior potencial hidrelétri­co do mundo, só perde para a China.”

O Paraná tem hoje em operação 69 CGHs com capacidade instalada de 82 megawatts e 56 PCHs com capacidade de geração de 313 megawatts.

Para o presidente da AbraPCH, dois desafios que se impõem à instalação de mais usinas de pequeno porte residem nas áreas ambiental e fiscal. De acordo com Arbex, a análise de projetos dessas usinas por órgãos ambientais pode levar cerca de 10 anos.

Falta também ao setor mais incentivos fiscais, critica o presidente da associação. “O impacto disso encarece o custo de uma PCH em 40% e cria desvantage­m competitiv­a em relação a fontes importadas.” Conforme Arbex, para construir uma PCH ou uma CGH, não é preciso utilizar componente­s importados, ao contrário do que acontece em outras fontes de energia. “Temos a melhor tecnologia do mundo em hidrelétri­cas.”

A vantagem das PCHs e CGHs, de acordo com o presidente da AbraPCH, é o custo mais baixo e o aproveitam­ento maior de energia. “Elas estão mais perto da casa. Não têm o custo de construir linhas de transmissã­o bilionária­s até chegar ao consumidor”. O fato de as usinas estarem mais perto do consumidor também reduz as perdas elétricas que ocorrem nas linhas de transmissã­o de energia, ele afirma.

 ?? Copel/AEN ??
Copel/AEN
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil