Folha de Londrina

Justiça aceita denúncia contra ex-prefeito de Bela Vista do Paraíso

MP move ação por improbidad­e administra­tiva contra Ângelo Bertoncini (PSDB) por suposto esquema de desvio de combustíve­l que em valores atuais chega a R$ 260 mil

- Vitor Struck

Passados mais de nove anos desde que deixou o cargo de prefeito do município de Bela Vista do Paraíso (Região Metropolit­ana de Londrina), Ângelo Roberto Bertoncini (PSDB) se tornou réu em um processo que investiga supostos desvios de combustíve­is para o uso em veículos particular­es durante sua administra­ção. Além dele, outras oito pessoas que ocupavam cargos na prefeitura à época também já foram citadas, conforme consulta ao Processo Eletrônico do Judiciário do Paraná nesta segunda-feira (15). Em ação por improbidad­e administra­tiva, o Ministério Público do Paraná pede que o grupo devolva quase R$ 260 mil, o que representa o valor atualizado dos supostos desvios, ocorridos entre 2011 e 2012, e que chegaram a ser alvos de uma Comissão Processant­e no Poder Legislativ­o.

De acordo com a denúncia, aceita no final de janeiro deste ano pelo juiz Lincoln Rafael Horácio, da Vara de Fazenda Pública de Bela Vista do Paraíso, a retirada de combustíve­l ocorria mediante a apresentaç­ão de placas de veículos que pertenciam ao município, porém estavam há anos abandonado­s em uma garagem da prefeitura. Desta forma, o esquema burlava o sistema de Controle de Frotas, do TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Somente em março de 2019, o juiz Helder José Anunziato, da Vara de Fazenda Pública de Bela Vista do Paraíso, determinou que os acusados apresentas­sem suas defesas prévias. Este rito é previsto na Lei de Improbidad­e Administra­tiva e antecede o recebiment­o ou não da denúncia pela Justiça, o que, no caso, ocorreu em 25 de janeiro. Atualmente, um prazo de 15 dias para nova intimação dos réus está correndo.

TEMPO

A reportagem não conseguiu apurar por que a petição inicial com os supostos fatos criminosos levou quase seis anos para ser apresentad­a à Justiça pelo Ministério Público do Paraná, em dezembro de 2018. Desta forma - e conforme relata o juiz Lincoln Rafael Horácio -, restou ao juízo reconhecer a “prescrição de aplicação de sanções previstas na Lei de Improbidad­e Administra­tiva contra todos os imputados, com exceção do ressarcime­nto ao erário dada sua imprescrit­ibilidade”, que teria sido de R$ 89,7 mil, em valores da época, relata o magistrado.

A FOLHA também tentou localizar a defesa do ex-prefeito Ângelo Roberto Bertoncini. No entanto, o advogado Diego Roberto Monteiro Rampasso, que também atua na defesa de outra ré no processo, não atendeu as ligações em seu escritório, em Presidente Prudente (SP).

Bertoncini ocupou o cargo de prefeito em Bela Vista do Paraíso entre 2009 e 2012 até ser sucedido por João de Sena Teodoro Silva (PDT). Já nas eleições seguintes, em 2016, tentou retornar à prefeitura como vice na chapa de Fabrício Pastores (DEM), mas foi derrotado por Edson Viera Brene (PR).

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Anderson Coelho - 26/02/2014 Denúncia foi oferecida pelo Ministério Público sete anos depois de o acusado ter administra­do Bela Vista do Paraíso, entre os anos de 2009 e 2012

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