Folha de Londrina

Prioridade do governo, projetos bolsonaris­tas devem seguir na gaveta

Líderes partidário­s dão como certo que propostas relativas a armas e a proteção de militares que matarem em operações de garantia da lei e da ordem terão resistênci­a nas duas Casas

- Renato Machado e Danielle Brant

Brasília - Enquanto a nova cúpula do Congresso Nacional abraça as prioridade­s do governo relativas à agenda econômica, as pautas conservado­ras mais alinhadas ao presidente Jair Bolsonaro

continuarã­o enfrentand­o resistênci­a para avançar nas duas Casas.

Líderes partidário­s dão como certo que propostas relativas a armas, a proteção de militares que matarem em operações de GLO (garantia da lei e da ordem) e a outras de forte apelo à base bolsonaris­ta devem permanecer na gaveta no primeiro semestre do ano – ou mesmo ao longo de todo 2021.

Dois dias depois da vitória de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado, ambos se encontrara­m com Bolsonaro – na disputa eleitoral, eles foram apoiados pelo Palácio do Planalto

Lira e Pacheco saíram da visita com uma lista de 35 projetos prioritári­os para o governo e que estão em tramitação no Congresso. Para alguns, era a “fatura” pela ajuda aos dois parlamenta­res.

“Tudo quanto está ali não é uma decisão exclusiva do Senado e nem uma decisão exclusiva da Câmara. Nós temos obediência, dever e obrigação mesmo com o colégio de líderes de submeter o pleito do governo em relação a vários temas.

Alguns serão pautados, outros, não. Alguns serão aprovados, outros, não. Isso faz parte da democracia”, disse Pacheco, no dia seguinte ao encontro.

Alguns itens da lista de projetos apoiados por Bolsonaro ganharam sinalizaçã­o positiva imediata, mas nenhum deles da relação defendida pela ala ideológica do governo.

Até aqui, Lira e Pacheco acertaram um cronograma para tentar aprovar a reforma tributária até outubro. O presidente da Câmara também enviou a reforma administra­tiva para a CCJ (Comissão de Constituiç­ão e Justiça) da Casa e despachou para o Senado o marco legal do câmbio.

Pacheco, por sua vez, deu seguidos indícios de que vai avançar matérias do Plano Mais Brasil, composta por três PECs (Propostas de Emendas à Constituiç­ão): Emergencia­l, dos Fundos Públicos e do Pacto Federativo.

A mesma lista de prioridade­s continha pontos polêmicos que são caros a Bolsonaro e seus apoiadores.

A pauta bolsonaris­ta contém, entre outras, propostas para mudar regras de porte de armas, aumentar a pena para casos de abusos sexuais e corrupção de menores para tráfico de drogas, excludente de ilicitude para militares em operações de GLO, ensino domiciliar e mudança de regras de cobrança em pedágios.

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