Maringá adota medidas restritivas para reduzir ocupação de leitos
Decreto adia volta às aulas presenciais e proíbe utilização de áreas de lazer, salões de festa e churrasqueiras nas áreas comuns de condomínios residenciais e clubes sociais
A Prefeitura de Maringá decidiu adiar a volta às aulas na modalidade presencial e adotar medidas mais restritivas para conter o avanço dos casos de Covid-19. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Marcelo Puzzi, o decreto municipal nº 504/2021 que foi publicado nesta quarta-feira (17) proíbe a utilização de áreas de lazer, salões de festa e churrasqueiras nas áreas comuns de condomínios residenciais e clubes sociais.
Festas e eventos só poderão ser realizados com a presença de, no máximo, 25 pessoas, exceto crianças até 12 anos. A fiscalização será intensificada nas áreas de lazer do município para evitar aglomerações e garantir o cumprimento das medidas de prevenção ao novo coronavírus. O valor das multas em caso de desrespeito às regras varia entre R$ 1,5 mil e R$ 10 mil. As cerimônias e festas de casamento comprovadamente agendadas em cartórios e templos religiosos até 27 de novembro do ano passado deverão respeitar o limite de 150 pessoas.
Fica proibida a utilização de churrasqueiras e salão de festas dos condomínios residenciais, clubes sociais e associações recreativas. Continua em vigor o toque de recolher das 23h às 5h do dia seguinte. A multa pelo descumprimento do toque de recolher será de R$ 200, além do infrator responder criminalmente.
Conforme o secretário, as medidas são necessárias para reduzir a ocupação de leitos, principalmente, nos hospitais particulares e filantrópicos. Nesta quarta-feira (17), o boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Maringá apontava 28.870 casos confirmados de Covid19 e 399 mortes em decorrência da doença. Conforme os dados oficiais, das 148 pessoas internadas, 58 estavam em leitos de UTI e 89 em leitos na enfermaria.
Os 94 leitos de UTI adulto utilizados para atendimento em geral nos hospitais privados apresentavam mais de 100% de ocupação com 105 pacientes internados. Na rede pública, a taxa de ocupação era de 78,52%. Entre os leitos SUS exclusivos para o atendimento de pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19, o índice de ocupação estava em 72,31% nesta terça-feira.
Houve inclusão de 11 leitos extras de UTI adulto geral na rede privada.
“Na rede pública, a gente está conseguindo controlar a ocupação de forma bem organizada com a nossa rede própria do hospital municipal, das UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] e o Hospital Universitário. Na rede privada, precisamos de uma conscientização e de algumas medidas que possam melhorar essa superlotação das UTIs. O governo do estado demonstrou interesse na contratação de leitos na rede privada para o atendimento de casos de Covid, mas isso vai ficar sob critério de cada hospital e será discutido nesta semana”, afirmou Puzzi.
A situação crítica foi abordada em reunião realizada nesta quarta entre representantes da Prefeitura de Maringá e gestores de hospitais particulares e filantrópicos. Outras ações estratégicas de conscientização serão adotadas também na esfera econômica.
“Estamos conversando com proprietários de bares, restaurantes, supermercados e shoppings centers para que eles redobrem os cuidados com a segurança nesses estabelecimentos. São os pequenos descuidos com o autocuidado que têm contaminado cada vez mais a população”, acrescentou o secretário de Aceleração Econômica, Inovação, Turismo e Comunicação de Maringá, Marcos Cordiolli.
Com o adiamento das aulas presenciais na rede municipal de ensino, os estudantes começarão o ano letivo nesta quinta-feira com atividades remotas. “Sei o quanto os alunos, pais e professores estão ansiosos e preparados para a retomada. Porém, é uma medida necessária para evitar a evolução da transmissão nesse momento difícil”, disse o prefeito Ulisses Maia nas redes sociais..