A florada de árvores como os ipês, manacás e as cerejeiras japonesas tem dado um colorido especial ao inverno de Londrina. Mesmo quem tem que varrer as calçadas não reclama
Muitas espécies de árvores plantadas nas ruas encontram na combinação de tempo frio e seco o momento ideal para florescer e embelezar a cidade
O inverno tem sido generoso para espécies de árvores que encontram no clima frio e seco o momento ideal para mostrar a beleza de suas flores. É a florada do inverno trazendo um colorido especial para Londrina, graças à diversidade na arborização urbana.
O biólogo e gerente de Parques e Biodiversidade da Sema (secretaria municipal do Ambiente), Jonas Henrique Pugina, comenta que os protagonistas das floradas nesta época do ano são o manacá-da-serra, o sakurá (cerejeira japonesa) e os ipês roxo, amarelo e branco. “São chamadas de plantas de dias curtos porque no frio o período de insolação é menor”, diz.
FLORES COBREM O CHÃO
Em pontos da região central, os buquês dos ipês roxos são admirados por muitos, como Müller Lucas Chaves, zelador em um edifício residencial na rua Brasil. Em frente ao prédio há quatro árvores que juntas formam uma espécie de corredor colorido. “Chego a varrer a calçada duas vezes ao dia porque as flores chegam a cobrir o chão, mas apesar do trabalho é muito bonito. Não tem como não admirar. As pessoas param aqui só para tirar fotos porque acaba virando um cenário mesmo”, conta.
O biólogo explica que por ser um período de seca os ipês perdem as folhas por uma questão de manutenção hídrica, ou seja, para não ter perda de água. “E mesmo assim eles florescem. As folhas acabam não concorrendo com as flores e esses buquês que se formam deixam essas árvores incrivelmente bonitas”, diz.
Por serem espécies diferentes, as floradas dos ipês ocorrem em períodos diferentes para cada cor. “Agora temos os ipês roxos, mas a florada vai de junho a setembro e duram em média cerca de uma semana. Em seguida teremos a florada do amarelo e depois o branco, mas pode acontecer das floradas dos ipês se sobreporem também”, afirma.
Os sakurás, conhecidos por cerejeiras japonesas, também esbanjam toda sua beleza nos dias mais frios. No entanto, são espécies que não são comumente vistas nas áreas públicas, com exceção da praça do jardim Dom Bosco, onde está instalado o IFPR (Instituto Federal do Paraná), na zona oeste da cidade.
O local conta com algumas cerejeiras que estão começando a florescer, garantindo o colorido do rosa em meio a tanto verde. A moradora do bairro, Daniele Arai, admira a beleza da espécie e tem a expectativa de que este ano haverá mais flores. “É sempre nesta época do ano que floresce e fica muito bonito, bem colorido. Eu só acho que esse espaço poderia ser mais frequentado pelas famílias”, diz.
De acordo com Pugina, a escolha das espécies para arborização urbana leva em conta a parte cênica, mas há outras considerações. “Os ipês, por exemplo, são polivalentes. É pouca sujidade, as raízes não são aflorantes, isto é, não quebram as calçadas, e não dão frutos que podem causar acidentes, como escorregamentos. Tem o fato ainda da copa dessas árvores não serem muito grandes, o que evita problemas com fiação. Tem uma série de elementos que elegem o ipê excelente para arborização urbana, além da beleza das floradas. São cartões-postais para a cidade”, ressalta.