Promotoria denuncia 12 PMs por homicídio de jovens em Paraisópolis
São Paulo - O Ministério Público de São Paulo denunciou nesta segunda-feira (19) por homicídio doloso (dolo eventual) um grupo de 12 policiais militares que participaram da ação em baile da favela de Paraisópolis, no final de 2019, que deixou nove pessoas mortas e outras 12 feridas.
Caso a Justiça concorde com os argumentos da Promotoria, os policiais poderão ser levados a julgamento no Tribunal do Júri. Um 13º PM também foi denunciado, mas por ter colocado as pessoas no local em risco mediante explosão.
A decisão dos promotores diverge do entendimento da Polícia Civil em número e enquadramento. O delegado do DHPP (departamento de homicídios) Manoel Fernandes Soares havia indiciado nove policiais por homicídio culposo –ou quando não há a intenção de matar.
Para o delegado, conforme o despacho de indiciamento obtido pela Folha de S.Paulo, as mortes no baile funk só ocorreram porque os policiais militares “não observaram o necessário cuidado objetivo que lhes era exigível, sendo previsível, no contexto da ação, a ocorrência de resultado letal”.
Os nove mortos eram adolescentes e jovens de entre 14 e 23 anos, em sua maioria negros, de outros bairros periféricos de São Paulo, que tinham ido ao baile da comunidade. O indiciamento por um crime não intencional livraria os policiais militares de um eventual júri popular.