Folha de Londrina

Recuperaçã­o judicial do Grupo Vilela é aprovada com 80% de deságio

- Mie Francine Chiba

O pedido de recuperaçã­o judicial do Grupo Vilela, empresa de insumos, produção e comerciali­zação de grãos de Cornélio Procópio (Norte Pioneiro) foi aprovado no dia 9 de junho em assembleia geral de credores com média de 80% de deságio e prazo de 15 anos para pagamento. O plano foi homologado na última sextafeira (15) pela juíza Thais Terumi Otto, da 1ª Vara Cível de Cornélio Procópio.

A dívida do grupo submetida à recuperaçã­o judicial é de R$ 542 milhões. O plano apresentad­o leva em consideraç­ão o fluxo de caixa da empresa no momento de entrada do pedido de recuperaçã­o judicial, afirma Alan Rogério Mincache, do escritório Federiche Mincache Advogados, que presta assessoria jurídica para o grupo em conjunto com a assessoria financeira EXM Partners.

Segundo Mincache, o plano de recuperaçã­o judicial foi aprovado por 100% do grupo de credores formado por microempre­sas e empresas de pequeno porte, 99% dos credores trabalhist­as, 91,59% dos credores fornecedor­es, chamados de quirografá­rios, e 64% dos credores em geral com garantia real.

O Grupo Vilela chegou a faturar R$ 1,2 bilhão em 2016. O pedido de recuperaçã­o judicial, feito em 2019, se deu devido a uma crise financeira decorrente de sucessivas quebras de safra que atingiram os clientes, refletindo na operação da empresa, afirma Mincache. A escassez de crédito, os juros altos e a política do País também motivaram o pedido, ele acrescenta.

Com a aprovação e homologaçã­o do plano de recuperaçã­o judicial, o grupo pretende crescer 30% e contratar cerca de 250 pessoas até 2025, voltando a atingir o faturament­o de R$ 1,2 bilhão.

“Com a aprovação e homologaçã­o do plano de recuperaçã­o judicial, nosso endividame­nto e o prazo para pagamentos dos nossos compromiss­os ficaram compatívei­s com a nossa receita”, declarou João Vilela, um dos sócios do grupo. “O que esperamos a partir desse momento que a Vilela estará saudável financeira­mente, é que venha a ter um cresciment­o constante, de 20% a 30% ao ano, para que possamos a médio prazo retomarmos a contrataçã­o de novos profission­ais para atendermos nossos clientes, que sempre confiaram na empresa e temos certeza estarão conosco nesse nosso ciclo que se inicia”, ele completa.

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