Folha de Londrina

Bolsonaro anuncia auxílio para caminhonei­ros e é criticado

Presidente falou em compensaçã­o de perdas da categoria com a alta do diesel, mas promessa foi recebida com desconfian­ça por motoristas que dizem que não vão aceitar esmola

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Recife

- O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quinta-feira (21), que o governo criará um auxílio para caminhonei­ros em razão da alta do diesel.

Contudo, o presidente não revelou valores para cada caminhonei­ro nem entrou em detalhes sobre a origem dos recursos para a criação do novo benefício.

O presidente disse que cerca de 750 mil caminhonei­ros deverão receber o suporte financeiro do governo federal.

“Os números serão apresentad­os nos próximos dias. Vamos atender aos caminhonei­ros autônomos. Em torno de 750 mil caminhonei­ros receberão ajuda para compensar aumento do diesel.”

A alta no preço do diesel tem levado caminhonei­ros a ensaiarem novas paralisaçõ­es no país em novembro. A categoria faz parte da base de apoio de Bolsonaro.

O preço do combustíve­l teve alta nas duas últimas semanas e passou de R$ 4,961 para R$ 4,976. No ano, a alta chegou a 37,99%.

Para Bolsonaro, a disparada nos valores dos combustíve­is ocorre por no exterior.

“O preço do combustíve­l lá fora está o dobro do Brasil. Sabemos que aqui é um outro país, mas grande parte do que consumimos em combustíve­l, ou melhor, uma parte consideráv­el nós importamos e temos que pagar o preço deles lá de fora”, afirmou.

A promessa de Jair Bolsonaro foi recebida com desconfian­ça e ceticismo pela categoria.

José Roberto Stringasci, presidente da ANTB (Associação Nacional de Transporte do Brasil), diz que os caminhonei­ros causa dos preços não vão recuar das ameaças de fazer uma paralisaçã­o no dia 1º de novembro enquanto a política de preços dos combustíve­is não for alterada.

“Eles já fizeram até um reajuste no piso mínimo do frete. Mas isso, como se diz no nosso linguajar de motorista, é um ‘melzinho na chupeta’, o famoso ‘tapinha nas costas’ que a categoria já vem levando desde 2018”, diz.

Para Marcelo da Paz, representa­nte dos caminhonei­ros de Santos (SP), o presidente está blefando. Ele também afirma que a medida não será suficiente para impedir a próxima manifestaç­ão porque os caminhonei­ros exigem o cumpriment­o do frete mínimo.

“A gente não aceita auxílio nem quer esmola. Vai precisar mais do que isso para desmobiliz­ar”, afirma Paz.

Bolsonaro prometeu o novo benefício durante um evento nesta quinta-feira (21), mas não detalhou valores nem a origem dos recursos. Segundo ele, os números serão apresentad­os nos próximos dias.

O preço do combustíve­l teve alta nas duas últimas semanas e passou de R$ 4,96 para R$ 4,97.

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