Johnson é acusado de negligência em meio ao avanço da Covid
São Paulo -OgovernodeBoris Johnson está sendo acusado pelo sindicato dos médicos do Reino Unido de ser “deliberadamente negligente” no combate de uma nova onda da pandemia de Covid-19. Só nesta semana, o Reino Unido registrou, por duas vezes, quase 50 mil novos casos diários da doença, superando a situação na maior parte da Europa. Após o governo suspender quase todas as restrições contra a disseminação do coronavírus, as taxas de hospitalizações e mortes não diminuem substancialmente desde o verão.
“O governo tirou o pé do freio, dando a impressão de que a pandemia ficou para trás e que a vida voltou ao normal”, disse a Associação Médica Britânica (BMA, na sigla em inglês). “É uma negligência intencional do governo de Westminster não tomar qualquer ação adicional para reduzir a propagação da infecção, como o uso obrigatório de máscara, distanciamento físico e requisitos de ventilação em ambientes de alto risco, particularmente em espaços internos lotados”, diz o documento. “Essas são medidas que são a norma em muitas outras nações.”
De acordo com a CNN, o secretário de Saúde do Reino Unido, Sajid Javid, admitiu na quarta-feira (20) que os casos diários podem chegar a 100 mil neste inverno, mas disse que o governo não implementaria suas medidas do Plano B “neste momento”.
“Graças ao programa de vacinação, sim, a ligação entre casos e hospitalizações e mortes enfraqueceu significativamente. Mas não está interrompida”, disse Javid em entrevista coletiva. “Esta pandemia não acabou”, acrescentou.
O Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) também divulgou um alerta, sobre o aumento de casos de Covid-19 no Reino Unido. Quase 140 mil pessoas morreram vítimas do coronavírus no país, o pior número de mortos na Europa Ocidental e o oitavo maior globalmente.
Um alto funcionário do Departamento de Saúde britânico pediu nesta quarta o retorno de algumas restrições contra aC ov id -19 nopaís,c omo ou sode máscaras em espaços fechados, após o aumento de contágios, hospitalizações e mortes, uma opção descartada no momento pelo governo Boris Johnson.
“Já estamos em uma situação na qual as coisas provavelmente devem piorarem dua sou três semanas. P orisso, nós te mosque agir de maneira imediata”, declarou ao canal Sky News Matthew Taylor, diretor da NHS. Se o país não adotar medidas, insistiu, apressão sobre o sistema de saúde aumentará coma chegadado inverno, um período considerado tens opara os hospitais mesmo antes da pandemia.