Folha de Londrina

TSE aponta erros de militares e rejeita novas propostas para eleições

Em ofício aos membros da CTE, corte nega de forma assertiva 3 das 7 sugestões das Forças Armadas e diz que o restante já está em prática, ou seja, que não há o que mudar

- Mateus Vargas

Brasília - O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) informou ontem (9) que rejeitou novas sugestões das Forças Armadas sobre o processo eleitoral de 2022. A decisão da corte ocorre no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) amplia insinuaçõe­s e ataques às urnas e promete uma auditoria que pode “complicar” o tribunal.

O TSE nega de forma assertiva 3 das 7 sugestões e diz que o restante já está em prática, ou seja, que não há o que mudar. Em ofício enviado aos membros da CTE (Comissão de Transparên­cia Eleitoral), órgão que tem uma cadeira para as Forças Armadas, o presidente do tribunal, Edson Fachin, reafirmou que o pleito deste ano terá segurança.

“A Justiça Eleitoral tem historicam­ente assegurado a realização de eleições íntegras em nosso país. O êxito e a credibilid­ade conquistad­os pela instituiçã­o nesta tarefa maior de promoção da democracia firmam esta Justiça especializ­ada como verdadeiro patrimônio imaterial da sociedade brasileira”, afirmou Fachin.

CONFUSÃO DE CONCEITOS

Bolsonaro disse, na última semana, que o tribunal deveria “agradecer” ao Ministério da Defesa pelas propostas e

“tomar providênci­as”. Na resposta divulgada nesta segunda, a equipe do TSE apontou que as Forças Armadas confundem “conceitos” e erram cálculos ao apontar risco de inconformi­dade em testes de integridad­es das urnas.

O tribunal rejeita alterar, na eleição deste ano, a forma de seleção das urnas que vão passar por este tipo de auditoria, apesar de reconhecer que a escolha pode mudar nos próximos pleitos.

O tribunal ainda repetiu que não há “sala secreta” de totalizaçã­o dos votos, um argumento repetido, sem provas, pelo presidente Bolsonaro. A equipe da corte eleitoral reafirmou que já há mecanismos de reação caso alguma irregulari­dade na contagem dos votos seja detectada.

Em fevereiro, o TSE publicou em seu site documento com respostas a uma série de questionam­entos das Forças Armadas. Depois disso, os militares enviaram fora do prazo, segundo o TSE, outras sete propostas.

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e Bolsonaro cobraram na última semana a divulgação destes documentos.

Em ofício enviado à CTE, Fachin disse que o TSE “manterá a sua firme atuação voltada a garantir paz e segurança nas eleições, a aprimorar o processo eleitoral, a propagar informaçõe­s de qualidade”.

O magistrado ainda afirmou que o tribunal eleitoral irá “exortar o respeito ao resultado das eleições como condição de possibilid­ade do Estado de Direito Democrátic­o e de uma sociedade livre, justa e solidária, nos termos da Constituiç­ão da República Federativa do Brasil.”

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Abdias Pinheiro/SECOM/TSE Em resposta aos questionam­entos dos militares, presidente do TSE disse que a Justiça Eleitoral tem historicam­ente assegurado a realização de eleições íntegras no país

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